Nelson Pestana: Liderança da FNLA impede desenvolvimento do partido
A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), fundada em 1961 pelo líder angolano Holden Roberto, há anos que está a viver mergulhada numa crise interna, tendo nas últimas eleições gerais de 2012, garantido pouco mais de 1% dos votos.

Agora no ano de novas eleições gerais, várias vozes questionam como é possível que um dos movimentos históricos independentistas esteja tão marginalizado e dividido.

Em entrevista a DW África, o analista político Nelson Pestana garantiu se não houver “interferências externas” FNLA reaparecerá “regenerada”. O mesmo fez lembrar que a FNLA é um “partido histórico” com um eleitorado fiel, o analista afirma que é possível que o Congresso permita à FNLA reaparecer "regenerada" e com o “que falta” à actual liderança.

Questionado sobre a marginalização e as divisões existente no partido, Nelson Pestana, respondeu:

‘‘Há uma longa história em relação à crise que a FNLA vive neste momento. Essa crise foi muito impulsionada a partir de fora, tem a ver com alguns desencontros da direcção da FNLA a partir de 1992 e com uma tentativa de afirmação da sua autonomia em relação ao poder instalado. É muito claro, perante o desentendimento entre Holden Roberto e José Eduardo dos Santos, que este último passou a perseguir, não só a FNLA e a procurar domesticá-la ou eliminá-la do contexto político angolano, mas também o próprio líder histórico da FNLA, Holden Roberto’’.

Acresceu ainda que esta liderança imposta agora está a ter muitas dificuldades em compor, porque não há tanto dinheiro como havia anteriormente para comprar consciências e aliados políticos, e por isso, a FNLA, aparentemente, está num processo de extinção, o analista continuou dizendo que a liderança que se instalou não tem sensibilidade para a vida e a pujança e o património histórico que a FNLA representa. Tem como objectivo apenas a sua própria liderança e nisso a FNLA, efectivamente, tem grandes dificuldades de afirmação da sua identidade.

Tendo em conta há estes problemas levou à divisão do partido em duas alas, sendo uma delas liderada pelo sociólogo Lucas Ngonda, professor da Universidade Agostinho Neto. Quando aproximava-se as segundas eleições legislativas em Angola, em 2008 as duas alas sentiram-se obrigadas a negociarem o reencontro que no entanto não se realizou, tendo Holden Roberto falecido em 2007.

O partido contínua dividido em dois, uma ala de Lucas Ngonda e a outra de Ngola Kabango. E tem apenas 2 representantes na Assembleia Nacional.

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