Nas barbas do Governo - Florestas do Huambo cada vez mais carecas e deixa província desprotegida
Marcas de crimes ambientais são ainda visíveis nos perímetros florestais do Cuima e da Tchicala Tchiloanga, vários anos depois de as árvores, sobretudo eucaliptos, terem sido vergadas ao peso de ambições desmedidas e mercantilistas dos garimpeiros da madeira e do carvão vegetal. As consequências nefastas do abate indiscriminado de árvores e das queimadas já se fazem sentir nas alterações do clima e na erosão acentuada de solos.

Rajadas de vento acompanhadas de aguaceiros sopram em direcção à cortina de eucaliptos que serve de linha divisória entre o casco urbano e a área suburbana do Huambo.

Das entranhas da terra brota um cheiro agradável que rapidamente se espalha no ar. Pouco a pouco, a intensidade da chuva diminui, e a vida volta à normalidade, como se nada tivesse acontecido. "A chuva é uma bênção!" - diz, visivelmente satisfeito, um jovem funcionário público, que possui uma quinta agrícola no município satélite da Caála.

No Huambo, chove dia sim, dia também, e raros são os dias em que S. Pedro não abre as comportas que descarregam "toneladas" de água sobre a cidade e os campos agrícolas, às vezes, sem aviso prévio.

Para este ano, as previsões são boas quanto à colheita de alimentos, apesar de persistirem as habituais queixas no que diz respeito às estradas que limitam o escoamento dos produtos do campo para a cidade. De igual modo, multiplicam-se as queixas sobre a insuficiência de fertilizantes e sementes.

Não fosse a barreira de árvores, à entrada dos bairros Bom Pastor e das Cacilhas, os ventos que sopram em direcção à cidade capital do Planalto Central seriam mais intensos e agressivos e a erosão de solos mais acentuada.

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