Militares ingressam na Casa Militar sem concurso
Oito testemunhas arroladas ao “caso Lussaty” confessaram, nesta quarta-feira (28), em sessão de julgamento, que ingressaram, entre 2018 e 2019 em unidades afectas à Casa Militar do Presidente da República sem serem submetidos a um concurso público.

Arrolados pelo Ministério Público, com o objectivo de aferir as afirmações feitas pelo ex-secretário-geral Administrativo e do Pessoal e Quadros da Casa de Segurança do Presidente da República, as testemunhas afirmaram que "conseguiram entrar na Brigada de Construção e Obras Militares (BCOM) a partir de terceiros”.

A representante do Ministério Público, bem como os advogados de defesa de alguns dos réus, ao questionarem se algum dia as testemunhas assinaram um contrato de trabalho ou ainda guias de colocação, responderam negativamente.

Décio Laurindo Mateus, uma das oito testemunhas inquiridas ontem, disse, perante o juiz da causa, ter ingressado na BCOM por intermédio de um amigo, cujo irmão trabalha na Casa Militar.  

À semelhança de Décio Laurindo Mateus, as outras testemunhas confessaram que em nenhum momento assinaram um contrato e muito menos tiveram acesso às guias de colocação. 

Depois de ter entregue as cópias do Bilhete de Identidade, certificado de habilitações literárias e duas fotografias, Marcos Matulunga Kiala, outra testemunha, aguardou alguns dias e foi avisado, via telefone, para começar a trabalhar.  

Para o dia de hoje, o Tribunal da Comarca de Luanda deve dar continuidade à fase de audição das testemunhas, sempre com o objectivo de encontrar a verdade material sobre os crimes que são imputados aos 49 réus do mediático caso Lussaty.

O major Pedro Lussaty e os outros arguidos são acusados da prática de 13 crimes, entre os quais o de peculato, associação criminosa de forma continuada, recebimento indevido de vantagens, abuso de poder e participação económica em negócios.

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