A procuradora-geral do Estado em Espanha, Dolores Delgado, apresentou na terça-feira a sua demissão por motivos de saúde e depois de um mandato polémico nos âmbitos político e judicial, sendo o último episódio, as criticas do Partido Popular por ter aceite um pedido do seu homologo angolano para o rápido desfecho do processo que envolve o corpo do antigo Presidente José Eduardo dos Santos.
Na passada sexta-feira, Dolores Delgado enviou uma carta ao Tribunal de Barcelona pedindo ao Juiz responsável pelo processo do corpo de JES, para acelerar o processo 810/2022 alegando que haviam questões diplomáticas a serem resolvidas, incluindo um funeral de estado.
O envio da carta foi na sequência de uma pressão exercida pessoalmente pelo PGR de Angola, Hélder Fernando Pitta Gróz, que deslocou-se a Barcelona e que mereceu a indignação do conservador Partido Popular de Espanha.
Durante o mandato de Delgado, a Procuradoria adotou decisões como o encerramento da investigação ao rei emérito Juan Carlos I por alegados crimes como fraude fiscal e branqueamento de capitais, com base no facto de o estatuto de limitações ter expirado ou de que o rei tinha imunidade quando era chefe de Estado, entre outras razões.