João Lourenço apela a todos os concorrentes para aceitarem os resultados
O presidente do MPLA apelou hoje a todos os concorrentes as eleições de 24 de Agosto para aceitarem com naturalidade os resultados provisórios e definitivos que vierem a ser divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), em nome da paz e da estabilidade.

João Lourenço escolheu a cidade de Ndalatando para lembrar que a paz e a estabilidade são condições essenciais do Estado de Direito e esse "deve ser o compromisso de todos os concorrentes nestas eleições".

"Alguém tem medo dos resultados eleitorais? Ninguém no MPLA receia o anúncio dos resultados pela CNE", afirmou o cabeça de lista do MPLA, deixando no ar a ideia de que "alguns" poderão não estra tão à-vontade.

Sem explicar qual a razão para fazer este apelo à manutenção da paz e da estabilidade, João Lourenço disse que esse "é o compromisso do MPLA" e que espera que "esse seja também o compromisso de todos os outros concorrentes", embora sem pronunciar qualquer um dos restantes sete adversários, é claramente um recado à UNITA de Adalberto da Costa Júnior, que tem vincado com persistência a possibilidade de a fraude alterar a vontade do eleitorado.

"Nós abraçamos essa ideia, mas defendemos que a estabilidade não deve ser exigida nesses períodos apenas. A paz e a estabilidade são algo pelo qual devemos lutar permanentemente, havendo ou não havendo eleições. Ddevemos lutar pela manutenção e aprofundamento da paz e da estabilidade no nosso país sempre", acrescentou o líder do MPLA.

João Lourenço afirmou que só pelo facto de concorrerem às eleições "os partidos e os seus candidatos assumem o compromisso da defesa da paz e da estabilidade", assumem o "compromisso de aceitarem os resultados eleitorais que forem anunciados pela entidade competente que é a CNE".

Insistindo longamente neste ponto, que é uma resposta evidente às diversas manifestações de desconfiança da UNITA nos procedimentos da CNE, João Lourenço, que é também Presidente da República, advertiu que a Constituição e a lei obrigam a que os concorrentes aceitem os resultados anunciados, "sejam favoráveis ou desfavoráveis a cada um dos concorrentes".

"Nós implantamos em Angola um estado democrático e de Direito, que tem um significado, que é que tudo se fundamenta na base da lei e as eleições são convocadas e realizadas com base na lei. Temos de respeitar a lei", apontou, acrescentando que o regime democrático tem mecanismos suficientes para garantir a paz e a estabilidade, "durante, antes e depois das eleições".

Esta advertência de João Lourenço pode, no entanto, ter ainda outros destinatários, além da UNITA, como, por exemplo, embora não tenha referido nenhum em particular, o facto de, o luxuoso condomínio Jardim de Rosas, em Talatona, Luanda, que elaborou um plano de contingência para responder a eventuais sobressaltos sociais no pós-eleições.

Neste comício de Ndalatando, o candidato do MPLA voltou - todos os seus discursos até aqui têm seguido este guião: elencar projectos feitos, compromissos para o futuro e questões nacionais na parte final - a sublinhar o conjunto de projectos concluídos na província do Kwanza Norte, desde as estradas ao ensino e à saúde, lembrando que algumas obras não são feitas, "não por falta de vontade do Executivo, mas porque são muito caras".

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