Segundo o MEA, a manifestação visa somente alertar as autoridades no sentido de responderem às reivindicações dos docentes universitários que estão em greve desde o dia 27 de Fevereiro e não entende as razões da JMPLA agendar, repentinamente, também uma actividade denominada "Marcha da Juventude de Apoio à Paz", para o mesmo dia, lugar e horário.
Francisco Teixeira, presidente do movimento dos estudantes, disse que o MEA convocou a sua marcha para exigir o regresso às aulas na universidade pública a semana passada, enquanto a JMPLA diz que a sua marcha, de carácter partidário, encontra-se agendada há mais de um mês.
O MEA acusa a JMPLA de pretender boicotar e impedir a actividade dos estudantes no próximo sábado, no Largo da Independência, em Luanda.
"A JMPLA decidiu fazer a mesma actividade que nós, no mesmo local e horário, só para atrapalhar, mas nós não vamos recuar, a nossa luta é pelo ensino de qualidade e os professores lutam por isso", disse Francisco Teixeira.
Segundo o líder do MEA, "é intensão clara da JMPLA boicotar a marcha dos estudantes e usam o dia da Paz como protesto".
"Querem fazer-nos recuar, para não realizarmos a actividade no dia 15 de Abril. Esse é o objectivo deles. Nós convocámos a marcha primeira e a nossa marcha vai sair", avançou.
O MEA questiona o porquê de a JMPLA não ter realizado a marcha antes do dia da Paz, assinalado a 4 de Abril.
"A JMPLA diz que escreveu a carta ao Governo Provincial de Luanda (GPL) no dia 2 de Março. Isso não é verdade de certeza!", acusa o MEA.
Conforme o Movimento dos Estudantes Angolanos, o MEA fez o seu pedido ao GPL e à Polícia Nacional (PN) na segunda-feira,10.
JMPLA nega e diz ter agendado a sua marcha há bastante tempo. Em declarações à imprensa, Crispiniano dos Santos, secretário nacional da JMPLA, nega que a JMPLA pretenda boicotar a marcha do MEA e diz que a o braço juvenil do MPLA tem agendada a sua marcha há bastante tempo, esclarecendo que a actividade não se resume apenas a Luanda.
"Isto não condiz com a verdade porque nós temos programas próprios e não precisamos de interferir em programas de outrém", esclareceu Crispiniano dos Santos, assegurando que a JMPLA quer pôr na sua marcha em Luanda mais de 180 mil pessoas.