Galeria angolana “Jahmek” vence prémio na feira de arte em Espanha
A galeria Angolana JAHMEK CONTEMPORARY ART vence o Prémio Opening que classifica o melhor stand desta secção em "ex aequo" com a galeria Turca, The Pill.

Jahmek Contemporary Art está a participar de 7 a 11 do mês de Julho na Feira de Arte, Arco Madrid 2021 com a instalação "Hope As A Praxis" de Sandra Poulson e "How to Make A Mud Cake" de Helena Uambembe.

“HOPE AS A PRAXIS” a instalação de Sandra Poulson investiga a utilização e simbologia das cadeiras de plástico conhecidas como ‘espera condição’ e reflete sobre as respostas ao objecto partido que é justaposto com outra cadeira partida. O projecto centra-se na ‘prática da esperança contínua’ como um recurso essencial para a sobrevivência, num contexto sociocultural e histórico em que planear a longo prazo ainda é um desafio central.

A instalação compreende 17 iterações de cadeiras em processo de quebra. As cadeiras são feitas de tecido de cetim verde e foram modeladas, costuradas e endurecidas com base na cadeira de plástico.

 “Hope As A praxis' reconhece igualmente o sentimento central que liga o presente e o futuro - a esperança - e como esta esperança é praticada ao olhar do indivíduo por uma realidade melhor. Ao entendimento de Poulson, enquanto angolanos, o futuro sempre foi sobre criar onde existe, onde não há o suficiente. Talvez seja uma reação ao sentimento coletivo de que a infraestrutura não é forte o suficiente, ou talvez não exista, assim como as cadeiras de plástico são efêmeras em sua forma original, também o são

 permanentemente em sua forma quebrada. Talvez parte da compreensão de rumos futuros seja aprender juntos a justapor cadeiras quebradas e fazer outra muito mais forte.

“HOW TO MAKE MUD CAKE” de Helena Uambembe

“Como fazer um bolo de lama” mostra como a migração forçada do 32o Batalhão de Angola para a África do Sul tem um impacto físico e espiritual na luta pela terra; nisso, a sensação de sepultamento em um lugar que não é o lar. A analogia é realizada com a era pós-colonial, as repercussões de uma Angola independente e a ideia de liberdade. “O que vem com isso? O que as crianças acarretam com elas? - vestígios de colonialismo, vestígios de assimilação, vestígios de violência”. Assim, os avisos impressos na sarapilheira vêm como uma metáfora para os avisos de alérgenos que vêm nas caixas de alimentos e são consequências reais de anos de colonialismo, invasão, perturbação da vida de outrem e estão encobertos em jogos infantis.

A atuação de Helena comumente apresenta uma catana como adereço.

É uma afirmação que delineia a dualidade do objeto, a domesticidade e o perigo que ele representa. Em lares africanos, é funcional na cozinha, no corte de alimentos ou no lavor. Por outro lado, pode ser violento, a agudeza é perigosa até mesmo fatal, pode ser usada como arma, mas muitas vezes essa utilidade é vulgarizada.

A "receita" para este trabalho foi criada em colaboração com os filhos de Pomfret. "Seu bolo deve ficar bem", instrui Uambembe, "para esconder todas as imperfeições e traumas que vêm com a vida de Pomfret."

Na África do Sul, há um significado substancial dado à terra, a sua restauração. No entanto, o governo alocou soldados militares migrantes em Pomfret, conhecida como uma antiga cidade abandonada de mineração de amianto, embora o amianto seja considerado mortal para os humanos.

A JAHMEK CONTEMPORARY ART apresenta-se como uma Plataforma/Galeria que, através do seu programa de exposições, propõe-se promover o diálogo e o pensamento crítico em torno da expressão artística visual de Luanda, através do trabalho produzido pelos artistas que representa, tanto no panorama nacional como além-fronteiras. Sediada na capital angolana, representa: Bienelde Hyrcan; Délio Jasse; Helena Uambembe, Irad, Iris Buchholz Chocolate; Kiluanji Kia Henda; Mónica de Miranda; Rui Magalhães; Sandra Poulson; Tiago Borges; Verkron, e Yonamine.

REAÇÕES

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