Empresa chinesa Almega acusa CASA-CE de não querer pagar dívida de mais 400 mil dólares
A empresa chinesa de publicidades e prestação de serviços "AL MEGA", que produziu e forneceu os materiais de propaganda eleitoral para a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA - CE), acusa a coligação de não querer cumprir o pagamento de uma dívida de 201 milhões de Kwanzas (401 mil dólares) pelo trabalho prestado entre Abril e Agosto de 2022. A Coligação Eleitoral nega e diz que não vai pagar a dívida porque não há contrato firmado com a empresa.

A empresa alega que forneceu todo o material de propaganda eleitoral da CASA-CE nas últimas eleições-gerais, com base na confiança verbal nos dirigentes daquela coligação, garantindo que tem todos os comprovativos de entrega do material.

Li Wu, proprietária da empresa, disse, em conferência de imprensa, esta quinta-feira, 16, que nas eleições gerais de 2022 a sua empresa foi contratada pela CASA-CE para produzir todo o material e equipamentos de propaganda eleitoral.

"A dívida da CASA-CE é de mais de 200 milhões de kwanzas. Quando vieram ter connosco, pedir por favor, falaram que iam pagar quando recebessem o dinheiro da campanha eleitoral, agora, depois do trabalho feito, receberam o dinheiro do Ministério das Finanças, mas não querem pagar a nossa dívida", lamentou a empresária chinesa.

Segundo a empresária, a coligação recebeu 1,1 mil milhões de kwanzas da campanha e não percebe porque não quer pagar a dívida que contraiu.

"Estamos muito tristes com isso, porque os estrangeiros, quando vêm para Angola, é para trabalhar e não para serem roubados", disse a mulher em lágrimas.

A empresária, que afirmou já ter despedido 80 funcionários por causa desta dívida, diz já ter contratado um advogado e que nos próximos dias irá levar a coligação à barra do tribunal.

CASA-CE nega e diz que não deve nada à empresa

Sobre o assunto, a CASA-CE através do seu vice-presidente, Alexandre Sebastião André, que salientou não ser verdade a história contada pela empresária chinesa.

O vice-presidente disse que a coligação não vai pagar a dívida porque não formalizou nenhum contrato com a empresa "AL MEGA" aos contrários do que aconteceu com outros fornecedores.

"A CASA-CE desconhece essa dívida. A empresa alega ter trazido materiais para a campanha eleitoral da coligação, no entanto, após nós vasculharmos todos os nossos documentos, não vimos nada que conste sobre essa suposta dívida. Infelizmente não reconhecemos esse trabalho", disse o ex-deputado da coligação.

Segundo Alexandre Sebastião André, a "AL MEGA" não prestou nenhum serviço à CASA-CE por isso a coligação não tem nenhum compromisso com a empresa.

"Ela que leva a CASA-CE a tribunal, o nosso Estado não fecha as portas a estrangeiros. Estamos dispostos a ir ao tribunal e ela que mostre legitimidade", respondeu, assegurando que a empresa chinesa foi oportunista.

A Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), terceira força política desde 2012, perdeu os 16 deputados nas eleições gerais de 2022, ao conseguir apenas 46.750 votos, o que corresponde a 0,75 por cento.

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