Despesas das famílias aumentaram 5,0%
O Produto Interno Bruto a preços de mercado, na ótica da despesa, corresponde à soma do consumo privado, do consumo público, do investimento e exportações de bens e serviços, subtraindo o valor das importações de bens e serviços. Economia cresceu 2,6%.

As despesas das famílias residentes em Angola aumentaram 5,0% no primeiro trimestre do ano relativamente ao mesmo período de 2021, contribuindo para um crescimento homólogo do PIB em 2,6%, de acordo com as Contas Nacionais Trimestrais sobre o I trimestre de 2022, publicadas pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Este dado consta no relatório do INE que mede o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e que, pela primeira vez, mudou a metodologia passando a calcular o PIB trimestral pela óptica da despesa. Ou seja, PIB a preços de mercado, na óptica da despesa, corresponde à soma do consumo privado, do consumo público, do investimento e exportações de bens e serviços, subtraindo o valor das importações de bens e serviços.

Assim, o INE calcula o PIB através da despesa em cinco componentes: a despesa de consumo final das famílias, as despesas de consumo final do Governo, a formação bruta de capital fixo (produtos da construção civil, máquinas para usos específicos, máquinas para uso geral excepto equipamentos de transporte e equipamentos de transporte) e exportações e importações.

O relatório apresenta como principais resultados um crescimento homólogo de 2,6% do PIB no I trimestre de 2022, na prática confirmando os dados do relatório das Contas Nacionais Trimestrais do primeiro trimestre publicadas a 30 de Junho ainda com a metodologia antiga, calculada na óptica da produção. Indica ainda um crescimento dos mesmos 2,6% face ao IV trimestre de 2021.

Voltando aos componentes da despesa, os gastos das famílias subiram 5,0% face ao período homólogo, enquanto as despesas do Governo cresceram 4,4%. Já a formação bruta de capital fixo aumentou 12,9% enquanto as exportações cresceram 3,4% e as importações dispararam 26,1%. O indicador despesa de consumo final das famílias baseou-se no "método do fluxo de mercadorias", que assenta em três categorias de produtos: os de origem nacional, os importados, e outros produtos para cada uma das categorias anteriores. "A base para a construção de um indicador de preço são os diferentes componentes do PC, enquanto o indicador de valor é obtido de forma residual", revela o INE.

Ainda assim, e contrariamente ao que é feito noutros países, o INE não revela em que tipo de produtos as famílias têm gasto os seus rendimentos, se em bens duradouros ou se em bens não duradouros (como bens alimentares) ou serviços. No entanto, e se tivermos em conta o relatório sobre o Índice de Preços no Consumidor, é expectável que a maior parte dos rendimentos das famílias angolanas seja canalizada para bens alimentares, já que no PC é considerado que a classe Alimentação e bebidas não alcoólicas "vale" 58,49% dos gastos das famílias.

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