Angola vai crescer 3,1% este ano
O Banco Mundial (BM) prevê um crescimento económico de 3,1 por cento para Angola, em 2022, contra os 0,4%, no ano passado.

No seu recente relatório sobre Perspectivas Económicas Globais, publicado em Washington (EUA), o BM antevê ainda que a economia angolana estará na ordem dos 2,8%, em 2023, observando uma desaceleração, em relação ao corrente ano.

O Banco Mundial perspectiva que o crescimento na África subsaariana aumente ligeiramente para 3,6%, em 2022, e 3,8%, em 2023.

Tal previsão é, para o Banco Mundial, quase de um ponto percentual completo, abaixo da média de 2000-2019, reflectindo, no entanto, os efeitos continuados da pandemia, a redução do apoio às políticas e uma degradação da situação de segurança nalguns países.

Espera-se que os preços mais elevados das mercadorias apoiem a recuperação, a curto prazo, em toda a região, com preços mais altos do petróleo e a flexibilização gradual dos cortes de produção da OPEP+, beneficiando a Nigéria e Angola.

Desta feita, prevê-se que o crescimento na Nigéria atinja 2,5%, em 2022, e 2,8%, em 2023, enquanto a economia de Angola deverá crescer 3% em média em 2022-2023.

O documento avança que, com mais de um terço das economias da região, incluindo Angola, Nigéria e África do Sul, o rendimento per capita deve permanecer inferior, em 2022, tal como era há uma década.

Para o Banco Mundial, uma moderação substancial do crescimento económico global poderia desencadear uma correcção significativa para baixo nos preços das mercadorias, em detrimento dos produtores de petróleo e metais da região.

Adverte que os países que enfrentam desafios de sustentabilidade da dívida podem vir a ter um acesso reduzido ao financiamento externo, forçando a um ajuste orçamental abrupto.

O BM refere ainda que a produção na África subsaariana, que inclui Angola, cresceu cerca de 3,5%, em 2021.

Segundo o relatório, em Angola e na Nigéria o crescimento foi impulsionado pela recuperação nos sectores não petrolíferos.

" A produção de petróleo em toda a região permaneceu abaixo dos níveis pré-pandemia, devido a interrupções nos trabalhos de manutenção e diminuição dos investimentos nas indústrias extractivas", lê-se no documento.

O crescimento, de acordo com o Banco Mundial, foi impulsionado por uma recuperação nos preços das mercadorias e um abrandamento das restrições sociais.

Na África do Sul, por exemplo, a forte recuperação no início do ano foi interrompida por graves surtos da Covid-19, agitação social e falhas de energia.

No entanto, o BM diz que a recuperação continua frágil e insuficiente, para reverter um aumento da pobreza induzida pela pandemia e persiste a ameaça de surtos recorrentes da Covid-19, referindo que a variante Ómicron está a contribuir para um aumento de novos casos em toda a região.

Mais de 70% dos países da África subsaariana comunicaram um aumento de pelo menos 50% de novos casos de Covid-19, durante as últimas duas semanas de 2021.

Prevê-se ainda, para os próximos tempos, a limitação da expansão da actividade agrícola em alguns países, por diversas incertezas, incluindo secas e uma quantidade de chuva abaixo da média, bem como a intensificação dos conflitos.

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