Angola continua abaixo da média africana em todas as categorias do Índice de Governação Mo Ibrahim
No Índice de Governação Mo Ibrahim, a empurrar para baixo a classificação de Angola no ranking que mede a governação em África estão critérios como a Igualdade na Educação (52.º lugar em 54 países), Mitigação da Desigualdade Socioeconómica (52.º), Uso Sustentável da Terra e das Florestas (51.º) e a Diversificação Económica (50.º).

Angola subiu um lugar no Índice Ibrahim de Governação Africana (IIGA), ocupando agora o 40.º lugar, mas continua a receber nota negativa da organização já que em 100 pontos possíveis apenas conseguiu alcançar 41,5, abaixo dos 48,9 pontos que representam a média africana.

A edição 2022 do IIGA, relativa ao ano de 2021, avaliou 81 indicadores, agrupados em quatro grandes categorias e 16 sub-categorias, nas áreas da Segurança e Estado de Direito; Participação, Direitos e Inclusão; Bases para as Oportunidades Económicas; e Desenvolvimento Humano. Entre as quatro grandes ca[1]tegorias, Angola tem vindo a melhorar, embora continue abaixo da média africana.

Em relação à categoria Desenvolvimento Humano é onde Angola está pior classificada, ocupando o lugar 48 entre os 54 países. Nesta categoria são analisadas áreas como a Saúde (34.º lugar), a Protecção Social e Bem-estar Social (45.º), Sustentabilidade ambiental (47.º) e a Educação, onde Angola ocupa o 51.º lugar, ou seja é o quarto país pior classificado.

Em relação às questões ambientais, o relatório da Fundação Mo Ibrahim refere que 42 dos 54 países registaram melhorias desde 2012, mas 9 países, onde se inclui Angola, registaram retrocessos desde 2017. Quanto ao ranking geral, o relatório sugere que quanto mais tempo um líder estiver no poder de um país pior é a governação, já que três dos cinco países com piores pontuações em Responsabilidade e Transpa[1]rência em 2021 têm líderes no poder há mais de 20 anos, nomeadamente a Guiné Equatorial, Eritreia e Djibuti. E por isso destaca que os três países que trocaram os seus presidentes de longo tempo (Angola, Zimbabué e Gâmbia) foram dos que registaram mais melhorias nesta sub-categoria.

Entre os critérios que Angola recebeu nota positiva destaque para a Ausência de Conflito Armado, onde recebeu nota máxima, 100 valores, ocupando assim o primeiro lugar entre 54 países. Destaque também para a Representação e Participação Rural e para o Poder Político e Representação das Mulheres, onde ocupa o 6.º lugar entre os 54 países.

Por outro lado, a empurrar para baixo a classificação de Angola no ranking que mede a governação em África estão critérios como a Igualdade na Educação (52.º lugar), Mitigação da Desigualdade Socioeconómica (52.º), o Uso Sustentável da Terra e das Florestas (51.º) e a Protecção da Biodiversidade da Terra e da Água (51.º). Nota ainda para o critério Mobilização de Impostos e Receitas (50.º) e para a Diversificação Económica (50.º).

O relatório deixa ainda um alerta para a generalidade dos países africanos, apesar de referir que mais de metade da população de África vive num país onde a governação global melhorou entre 2012 e 2021. "No entanto, o progresso da governação durante a década continua a ser dificultado por trajectórias divergentes - enquanto mais de 40 países progrediram na categoria Bases para as Oportunidades Económicas, mais de 30 países têm-se deteriorado nas categorias Segurança e Estado de Direito, bem como na Participação, Direitos e Inclusão.

No que respeita à governação, o progresso no continente é mais dificultado pelo agravamento dos ambientes de segurança e participação democrática - as duas subcategorias que mais caíram", revela o relatório. Ainda assim, a melhoria que se tem assinalado no índice global de governação tem sido liderada pelo crescimento do Desenvolvimento Humano, precisamente a categoria onde existe um fosso considerável entre a pontuação de Angola e a média africana.

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