França pressiona Kabila
A França através do seu Presidente, François Hollande, coloca-se contra as intenções de Joseph Kabila de prolongar artificialmente o actual mandato através do expediente do atraso na actualização do registo eleitoral e quer que as eleições presidenciais na República Democrática do Congo (RDC) se realizem no prazo constitucional, até 20 de Novembro próximo.

Segundo o Novo Jornal (NJ), o apelo de Hollande surge num contexto de violência extrema nas ruas das cidades da RDC, especialmente na capital, Kinshasa, cuja génese é precisamente o adiamento das eleições presidenciais que vão marcar a saída do actual Chefe de Estado, Joseph Kabila, cujo terceiro e último mandato permitido pela Constituição, chega agora formalmente ao fim.

O mesmo foi feito a partir da sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, onde decorre a assembleia-geral, o presidente francês considerou   "inadmissível que o prazo constitucional para as eleições na RDC não seja cumprido e que isso é a causa para os violentos confrontos que nas últimas 48 horas deixaram um rasto de dezenas de mortos no país", escreve.

"A Constituição deve ser respeitada e as eleições devem ter lugar", enfatizou Hollande durante uma conferência de imprensa que teve lugar à margem da AG da ONU, em Nova Iorque.

Hollande reafirmou ali que já tinha, em 2012, dito a Joseph Kabila que não seria admissível e que a França não iria aceitar de forma nenhuma que as presidenciais não fossem realizadas no prazo constitucionalmente previsto.

Mas o Presidente francês fez mais, colocando-se de forma clara ao lado da oposição, acusando a polícia e o Governo de Kabila de serem responsáveis pelas mortes ocorridas, e sublinhou que o que está a passar na RDC" não é aceitável em país nenhum do mundo".

E ainda do lado daqueles que afirmam, daí a violência, que o que Kabila está a fazer, depois do insucesso que teve quando em 2015 procurou impor uma alteração constitucional que lhe permitisse um quarto mandato, é prolongar, através do expediente do atraso no registo eleitoral, o seu mandato por tempo indeterminado.

Conforme conta a fonte, a comissão eleitoral independente da RDC (CENI) tornou público é que o registo só será concluído dentro de 18 meses, o que, no mínimo, permite a Kabila estender o actual mandato por metade daquele que deveria começar a 20 de Novembro e terminar em 2020.

"Os manifestantes são indefesos, as forças de Kabila, é que estão atacar violentamente o povo provocando este clima de tensão. Os manifestantes apenas só estão a defender-se contra estes mesmos ataques, por exemplo, as tropas de Kabila destruíram bases dos partidos da oposição, que resposta eles esperam?... Enquanto Kabila e seus comparsas não marcarem as eleições, as ondas de manifestações não vão parar, estamos cansados de viver num Congo liderado por famílias que fazem do país como se fosse seu património", declarou um cidadão congolês residente em Angola.

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