UNITA alerta sobre as mortes em Cabinda
A UNITA, o maior partido na oposição em Angola, denunciou ontem que "continuam a morrer" angolanos em Cabinda, "vítimas de um conflito mal resolvido", considerando que naquela província os cidadãos são tratados de forma "arbitrária e autoritária".

"O grupo parlamentar da UNITA já não pode aceitar que em tempos de paz morram angolanos em Cabinda vítima de um conflito mal resolvido", disse hoje Adalberto Costa Júnior, presidente do grupo parlamentar da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA).

"Recomendamos a necessidade da humanização dos órgãos de defesa e segurança, que através de métodos repressivos e de violência estimulam e acirram os extremismos desnecessários", sublinhou.

Em conferência de imprensa de balanço, em Luanda, sobre a visita de constatação relativa aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos em Cabinda, realizada por alguns deputados da UNITA, aquele dirigente lamentou a atuação "extremamente radical" dos órgãos de defesa e segurança na província.

Segundo Adalberto Costa Júnior, a delegação parlamentar, que disse não ter sido recebida pelo governador de Cabinda, mesmo após várias solicitações, também fez o levantamento sobre as detenções de um elevado número de jovens do autodenominado Movimento Independentista de Cabinda (MIC).

"O comandante da Polícia confirmou a detenção de 63 cidadãos com ligações ao MIC por pretenderem fazer uma marcha alusiva ao dia 01 de fevereiro, o 134.º aniversário da assinatura do Tratado de Simulambuco. Alegou ter recebido da Procuradoria mandados de busca e apreensão", explicou.

Perante a "preocupante realidade" de Cabinda, que "semana após semana, acontecem uma onde de detenções, que envolvem, particularmente, jovens", observa o deputado, a UNITA entende que esta onda de detenções "carece de uma contextualização".

Para Adalberto Costa Júnior, a estratégia concebida e aplicada pelo Governo angolano para Cabinda "é ineficaz, porque a província continua a registar um movimento reivindicativo de caráter independentista que ao longo dos anos foi ganhando várias expressões".

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