Com pelo menos quatro mortes, três crianças, em menos de um ano, embora existam suspeitas de várias outras, nem o GPL nem a administração parecem decididas a fazer o que é preciso, tapar ou vedar o acesso directo ao curso de água que está permanentemente carregado de lixo sobre às águas sujas acumuladas.
A vala foi aberta por uma empresa que efectuava obras de reabilitação da estrada, enquadrada no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), mas a administração municipal do Cazenga rescindiu o contrato, deixando aquela avenida abandonada.
No passado dia 5, a morte voltou a causar dor aos munícipes do Cazenga, quando um menino de sete anos, que brincava próximo da vala, caiu e morreu afogado.
Águas verdes, pneus e lixo ao longo da escavação é o cenário que se encontra naquela via, cujas obras começaram em Março do ano passado.
Como a escavação é profunda, o que impossibilita a travessia de um lado para o outro, alguns jovens do bairro construíram uma ponte improvisada para ajudar a travessia, mas cobram por passagem 50 kwanzas.
Sem alternativa, os moradores são obrigados a pagar a quantia para evitarem andar longas distâncias para atravessar.
O que os preocupa mesmo não é a cobrança dos 50 kwanzas por travessia, mas sim a escavação abandonada pelo empreiteiro que tem causado mortes.
Nas proximidades existem várias casas abandonada, cujos proprietários decidiram sair do perímetro por precaução devido à vala aberta.
"Sempre que chove ficamos com o coração nas mãos porque não sabemos o que fazer. É um risco andar por aqui na época de chuvas. As poucas passagens que temos estão em risco de desabar e isso nos preocupa muito", disse a mulher, acrescentando que "há muitas quedas de pessoas na vala".
Segundo os moradores, em 2022 três crianças morreram quando brincavam próximo à escavação.
A terceira morte acorreu no mês de Novembro, quando um adolescente, de 14 anos, caiu no local e afogou-se, quando jogava à bola. A quarta acorreu no dia 5, trata-se de um menino de sete anos.