Só 40% dos angolanos bebem água potável
Angola aparece nos países com uma percentagem mais baixa no acesso à água potável.

Esta é uma das conclusões do estudo que foi feito pelo Instituto para a Água, o Meio Ambiente e a Saúde (INWEH) da Universidade das Nações Unidas, com sede no Canadá, e foi divulgado na véspera do Dia Mundial da Água, que se assinala a 22 de Março.

De acordo com o estudo, Angola aparece nos países com uma percentagem mais baixa no acesso à água potável, cerca de 40%, ao nível da Guiné-Bissau, que tem o mesmo valor, mas muito abaixo de outros países lusófonos como Cabo Verde e São Tomé e Princípe, que têm uma média de cobertura de 70%.

Em 2020, os países africanos tinham em média 71 por cento de cobertura em termos de serviços básicos de água potável, pelo que 29 por cento da população total, o equivalente a mais de 353 milhões de pessoas, não tinham sequer esse acesso mínimo. O estudo destaca ainda as diferenças enormes entre países neste indicador, que é de 99 por cento no Egipto e de apenas 37 por cento na República Centro-Africana.

Segurança da água

Segundo o relatório, quase 500 milhões de pessoas em África vivem sem segurança da água, e apenas 13 dos 54 países do continente têm um "nível moderado" de segurança dos recursos hídricos e dos sistemas sanitários.

A definição de segurança da água das Nações Unidas é "a capacidade de uma população de garantir o acesso sustentável a quantidades adequadas de água com qualidade aceitável para sustentar a subsistência, o bem-estar humano e o desenvolvimento socioeconómico, para garantir a proteção contra a poluição da água e desastres relacionados com a água e para preservar os ecossistemas num clima de paz e estabilidade política".

Os investigadores avaliaram a segurança da água nos 54 países africanos através de 10 indicadores, nomeadamente a disponibilidade de água potável, o acesso a saneamento, indicadores de saúde e higiene ou qualidade da água.

A investigação conclui que nenhum país ou região africana alcança o nível de segurança da água mais alto - "modelo" - nem sequer o nível seguinte - "eficaz".

Com excepção do Egpito, nenhum país alcança os 70 pontos em 100 em segurança da água, e apenas 13 estão no nível "modesto". Mais de um terço dos países africanos estão no nível mais baixo de segurança da água - "emergente" -, sendo que todos esses 19 países, onde vivem quase 500 milhões de pessoas, têm níveis de segurança da água abaixo de 45 pontos em 100.

Além disso, os autores do estudo concluem que as melhorias registadas na segurança da água nos últimos três a cinco anos foram poucas, com apenas 29 países a registarem algum progresso, contra 25 que não registaram qualquer avanço.

Segundo o 'ranking' do INWEH, o Egipto, o Botsuana, o Gabão, as ilhas Maurícias e a Tunísia são os países com maior segurança da água, enquanto a Somália, o Tchad e o Níger são os piores.

Entre os países lusófonos, a Guiné-Bissau é o país menos bem classificado e o quarto pior do continente, estando entre os países cuja segurança da água é "emergente".

A Guiné Equatorial, em sétimo a nível do continente, é o lusófono mais bem classificado, estando, juntamente com São Tomé e Príncipe, no grupo dos que têm uma segurança da água "modesta".

Cabo Verde, Angola e Moçambique estão entre os países que têm uma segurança da água "escassa".

REAÇÕES

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