Sede da FNLA em Luanda encerrada por falta de dinheiro para pagar renda
A delegação provincial de Luanda da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) encerrou a sua sede por falta de dinheiro, estando neste momento a funcionar no secretariado nacional da organização, localizado no bairro Popular.

A FNLA tem dificuldades financeiras para pagar a renda mensal de 200 mil Kwanzas no apartamento situado no bairro Marçal.

"Neste momento estamos a funcionar aqui no secretariado nacional. Estamos a aguardar que a direcção do partido resolva este problema, porque queremos conferir posse aos novos secretários municipais eleitos recentemente nas conferências municipais. Queremos que isso aconteça na nossa própria sede", disse uma fonte da direcção provincial da FNLA em Luanda.

Refira-se que o Presidente da República, João Lourenço, pediu à direcção da FNLA para apresentar os documentos que comprovem a propriedade do património reivindicado pelo partido há décadas dando garantias de que, com essa condição cumprida, os bens serão devolvidos, informou o presidente desta organização política histórica, Nimi a Nsimbi.

A FNLA argumenta que em 1975, quando os portugueses estavam a deixar Angola, comprou vários edifícios que pertenciam aos antigos colonos em todas as províncias do País que hoje estão ocupados pelo Governo angolano.

Agora, depois de quase meio século de luta infrutífera pela recuperação dos seus bens imobiliários, a FNLA vê uma luz ao fundo do túnel para reaver aquilo que diz ser seu, depois de João Lourenço, numa audiência concedida a Nimi a Nsimbi, lhe ter garantido que se provar a propriedade, estes ser-lhe-ão devolvidos ou negociados em conformidade.

"Apelamos a todos os nossos militantes e sobretudo aos antigos combatentes, quem tenham guardado documentos relativos ao nosso património que os entreguem à direcção do partido para apresentarmos às autoridades governamentais como prova", disse o presidente da FNLA.

Nimi a Nsimbi explica que o património em causa foi adquirido naquela altura com o dinheiro resultante das quotas de militantes e de doações, notando que se todo o património da FNLA fosse devolvido, o partido não teria as dificuldades que tem hoje, desde logo às más condições das suas instalações provinciais.

Além do património, a FNLA reivindica a dignificação dos antigos combatentes da extinta ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola).

"Defendemos o ajustamento do valor da pensão de mérito dos antigos combatentes, actualmente fixada em 23 mil kwanzas/mês. Um valor irrisório face à subida vertiginosa do custo de vida no País", lamentou.

"O presidente do partido não tem dinheiro para resolver os problemas dos antigos combatentes. Por isso, já apresentamos esta preocupação ao Presidente da República e ao ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria", explicou.

O Governo, atira Nsimbi, " não pode desvalorizar os antigos combatentes e veteranos da pátria que com bastante sacrifício puseram a suas vidas em risco na luta pela libertação de Angola".

"Graças à entrega e patriotismo dos ex-combatentes que foi possível derrubar o colonialismo português e demais forças que causavam instabilidade no País antes e depois da independência nacional", concluiu.

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