O Governo vai autorizar a Recredit a prestar serviços de cobrança de crédito à banca comercial privada, com o objectivo de contribuir para a estabilidade e crescimento do sistema financeiro, bem como o desenvolvimento da economia nacional.

A decisão foi conhecida após a reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros que apreciou um instrumento jurídico que redefine o âmbito de actuação da Recredit, alarga o seu objecto e o prazo de exigência, tendo em conta a oportunidade de negócio identificada. A Recredit passará a prestar serviços de recuperação de crédito à banca pública e privada nacional, permitindo que se foquem no seu objecto social, nomeadamente, na concessão de crédito.

"Propusemos e foi aceite a ampliação no âmbito de actuação da Recredit, que até à data se concentrava apenas no tratamento do crédito malparado do BPC. E vai continuar a tratar da recuperação do crédito malparado, que é uma carteira comprada. E agora também estamos a propor que a Recredit preste serviços. Não se trata de comprar crédito malparado. O malparado vai continuar no balanço dos bancos. Trata-se de prestação de serviço de recuperação de crédito aos bancos do sistema financeiro", disse a ministra das Finanças. Vera Daves afirmou que a iniciativa tem mercado, uma vez que a instituição tem sido abordada por diversos bancos da praça indicando que gostariam de contratar os seus serviços para terceirizar o serviço de cobrança. Entretanto, a Recredit não tem atendido a essa procura porque o seu estatuto coloca a sua limitação no BPC.

Conhecida como "banco mau", a Recredit foi criada em 2016 para gerir os activos tóxicos do BPC com novos procedimentos operacionais para avaliar créditos, maximizar a recuperação e minimizar os custos. Em 2022, a Recredit recuperou crédito malparado na ordem dos 19,8 mil milhões Kz , ficando o montante 25% abaixo dos 26,3 mil milhões Kz previstos no seu programa de recuperação.