Proprietária tranca a cadeado portas da embaixada da Mauritânia em Angola
Complicações entre proprietária e embaixada.

Fontes da embaixada confidenciaram que até agora não há nenhum incumprimento no pagamento, em kwanzas, do imóvel à senhora e que o arrendamento está pago até ao dia 31 de Dezembro deste ano.

O acordo, segundo fontes da embaixada da Mauritânia, foi rubricado em 2016, e ficou assente que o valor deveria ser pago em kwanzas mas tendo como referência o dólar norte-americano, e que nunca lhes foi dito que acresceria um imposto ao Estado.

"Acordámos que pagaríamos mensalmente oito mil dólares, que equivale ao valor de 1,5 milhões de kz. E nunca faltámos com o pagamento que até já foi pago na totalidade esse ano", explicaram.

Surpreendentemente, prosseguem os funcionários da embaixada da Mauritânia em Angola, a senhora informou, há cerca de três meses, a embaixada, de que deveria passar a pagar o Imposto Predial Urbano (IPU) à AGT, situação que a missão diplomática recusa por já ter pago na totalidade o valor da renda do imóvel e nunca ter sido informado.

"O que ficou combinado é que só deveríamos voltar a falar do assunto tão logo terminasse o contrato em vigor", explicou a fonte.

De forma surpreendente, contou a fonte, a proprietária do imóvel mandou encerrar as portas a cadeado (conforme ilustra a foto) e soldou-as para que ninguém da embaixada tenha acesso às instalações.

"Ela nem sequer respeitou a agente da polícia de serviço e encerrou de forma coerciva as portas. Como é possível num País democrático uma pessoa, mesmo sendo proprietária do imóvel, fechar uma embaixada?", questionaram os mauritanianos ao Novo Jornal.

O valor do arredamento, apurou o Novo Jornal, é de 1,5 milhões de kwanzas mensais que, segundo a missão diplomática, se encontra pago até ao dia 31 de Dezembro próximo.

"A embaixada tem um contrato com a dona do imóvel no valor de 1,5 milhões kz, mês, que corresponde a oito mil dólares. Mas ela quer que paguemos também à AGT, coisa que não acordámos", contou um alto funcionário da embaixada, que não quis ser identificado.

Os mauritanianos dizem nunca ter existido a obrigação, da parte da embaixada, do pagamento do Imposto Predial Urbano.

Sobre o assunto, o Novo Jornal tentou ouvir a versão da proprietária do imóvel arrendado à embaixada da Mauritânia em Luanda, mas a mulher recusou-se a conceder explicações.

"A chefe mandou dizer que não quer falar mais com ninguém sobre o assunto", informou-nos um dos seguranças da residência da senhora, identificada apenas por "Maria", após ela ter recebido, na sua casa, os efectivos do Serviço de Investigação Criminal (SIC) devido ao incidente.

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