Porto de Luanda admite 'mergulho' na corrupção - Foram assinalados 140 pontos críticos
O Porto de Luanda detectou, este ano, 140 pontos críticos de risco de corrupção na empresa, mas garante que não tem registo de qualquer caso envolvendo os seus funcionários. A direcção admite, no entanto, que existem áreas com maior probabilidade de corrupção, mas que estão a ser monitoradas.

Segundo a direcção do Porto de Luanda, uma das áreas com maior risco de corrupção é a comercial, por conta do processo de facturação, e outra é a área de auditoria interna, que tem feito as avaliações.

Sobre o facto de a direcção de auditoria interna aparecer na zona de risco de corrupção no porto de Luanda, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) alertou para se ter muito cuidado, considerando que a questão que merece análise.

Estes dados foram divulgados esta quinta-feira 05, em Luanda, durante a conferência sobre "Corrupção e Infracções Conexas," que decorreu em Talatona, organizada pelo próprio Porto de Luanda.

Pascoal João, director do gabinete de auditoria interna do Porto, que apresentou aos participantes o relatório de risco e corrupção conexa que o Porto de Luanda realizou este ano, disse que a direcção já está a trabalhar para acabar com os 140 pontos de risco existentes.

Conforme este responsável do Porto de Luanda, o facto de se ter verificado áreas de risco na empresa não significa que haja corrupção, salientando que não há qualquer registo.

"Não significa que as áreas detectadas sejam corruptas, mas têm maior risco de o ser. Por isso fizemos um plano de mitigação para robustecer o plano de controlo interno no sentido de evitar que esses riscos se materializem", explicou.

Quanto à dinâmica do funcionamento do Porto, este responsável garantiu ser ainda a mesma, mas assegurou que foram implementados novos instrumentos internos que darão robustez à empresa e evitarão possíveis casos de corrupção.

Segundo o director do gabinete de auditoria interna, o objectivo é baixar os níveis de risco de corrupção existentes agora no Porto de Luanda, com as medidas aprovadas.

"Há riscos, sim, de corrupção, mas o facto de haver essa probabilidade, não quer dizer que haja", afirmou, garantindo que tudo está ser feito para evitar tais riscos.

Já o director do gabinete jurídico e de intercâmbio da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), Paulo Alves, mostrou-se preocupado pelo facto de a própria direcção da auditoria do Porto de Luanda estar na zona de risco de corrupção e questionou, "como é permissível?".

Segundo Paulo Alves, essa é uma questão que merece análise, visto que não se vêem resultados da actuação da direcção auditoria interna do Porto de Luanda.

Com a realização deste evento, a administração do Porto de Luanda busca promover o envolvimento da sua força de trabalho na prevenção, detecção e repressão da corrupção, assim como disciplinar o comportamento dos trabalhadores portuários.

Esta é a primeira conferência sobre corrupção e infracções conexas, que Porto de Luanda realiza.

O evento decorreu sob o lema "Participar no combate à corrupção é uma obrigação patriótica" e juntou mais de 250 participantes, 70% dos quais quadros da administração portuária.

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