O Procurador-Geral da República, Hélder Pitta Gróz, anunciou a continuidade da operação “Caranguejo” que, no princípio desta semana, possibilitou a apreensão de vários milhões de dólares, euros e kwanzas no âmbito de um processo de investigação a oficiais das Forças Armadas Angolanas afetos à Presidência da República.

De acordo com Hélder Pitta Gróz, presume-se que mais pessoas estejam envolvidos no desvio de avultadas somas e desvios de fundos e patrimónios públicos.

O procurador prometeu a continuidade do processo investigativo para que os indiciados venham a ser responsabilizados no âmbito da implementação da justiça.

Esta semana, a Procuradoria-Geral da República tornou público um processo-crime “em que estão envolvidos oficiais das Forças Armadas Angolanas afectos à Casa de Segurança do Presidente da República, por suspeita de cometimento dos crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros”.

Na acção “foram apreendidos valores monetários em dinheiro sonante, guardados em caixas e malas, na ordem de milhões, em dólares norte-americanos, em euros e em kwanzas, bem como residências e viaturas”, acrescenta-se no comunicado.

O chefe das finanças da banda musical da Presidência da República, major Pedro Lussaty, tinha sido detido quando transportava duas malas carregadas com 10 milhões de dólares (o equivalente a 8,1 milhões de euros) e 4 milhões de euros.

Na sequência deste processo, esta semana, a Casa Civil da Presidência da República anunciou a exoneração de seis oficiais generais da Presidência, entre os quais está o “tenente-general Ernesto Guerra Pires, do cargo de consultor do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, e o tenente-general Angelino Domingos Vieira, do cargo de secretário para o Pessoal e Quadros da Casa de Segurança do Presidente da República”.

Além destes dois, também o tenente-general José Manuel Felipe Fernandes, secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República, e o tenente-general Francisco Cristóvão, director de gabinete do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, foram afastados dos cargos, de acordo com uma nota.

O tenente-general Paulo Maria Bravo da Costa, que era secretário para Logística e Infra-estruturas da Casa de Segurança do Presidente da República, e o brigadeiro José Barroso Nicolau, antigo assistente principal da Secretaria para os Assuntos dos Órgãos de Inteligência e Segurança de Estado da Casa de Segurança do Presidente da República, foram também exonerados.