Nestas contas, o partido que está no poder concluiu que os protestos foram contra si ou contra o Executivo que sustenta, realçando que 22% das manifestações ocorridas em Angola no ano passado tiveram como alvo da violência que geraram o MPLA ou o Governo.
"Ninguém pode ignorar os mais de 22 por cento de actos de violência ocorrida no País contra o MPLA e seus militantes em 2022", lamentou o deputado do MPLA João Guerra que leu no Parlamento a declaração do Grupo Parlamentar do partido no poder no âmbito do debate sobre manifestações.
Neste documento, o MPLA, repudia as práticas ilegais e a violência durante as manifestações, informando que a sua análise levou igualmente a concluir que Luanda, Benguela, Huambo e Huila são as províncias mais afectadas.
O Grupo Parlamentar do MPLA remeteu à Assembleia Nacional um requerimento sobre "Direitos e Liberdade dos Cidadãos versus Atos de Desordem Pública", cuja aprovação foi por unanimidade.
Para o deputado, o direito à manifestação está no ordenamento jurídico angolano, mas este não é respeitado por muitos cidadãos que optam pela violência quando se trata de manifestações anunciadas como pacíficas.
Segundo o deputado, o MPLA entende que não se pode aceitar os últimos acontecimentos nas províncias de Luanda, Huambo e Huila, que culminaram com a morte de pessoas durante as manifestações contra a subida do preço da gasolina e do custo de vida.
Na sua intervenção, a vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, referiu que as manifestações devem ser feitas com responsabilidade e não como tem acontecido nos últimos tempos, registando-se actos de arruaça que terminam em ferimentos e mortes.