Segundo um comunicado da Mota-Engil, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de Lisboa, o contrato com duração prevista de 3 anos, "consiste na construção da marginal da Corimba e trabalhos associados, nomeadamente a construção de 2.000 casas sociais, construção de quatro nós rodoviários, e reabilitação de algumas vias urbanas de acesso à marginal, bem como, a construção do Corredor de Cambanda".
Este projecto esteve inicialmente entregue à empresária Isabel dos Santos, mas foi-lhe retirado por orientação do Presidente da República em 2019. João Lourenço justificou, na altura, a sua decisão de anular os contratos com a filha do seu antecessor com alegada "subfacturação nos valores", com serviços onerosos para o Estado angolano, "que impõem contraprestações manifestamente desproporcionadas em violação dos princípios da moralidade, da justiça, da transparência, da economia e do respeito pelo património público, subjacentes à contratação pública, importando tal a necessidade de se encontrar soluções economicamente mais vantajosas", segundo o despacho presidencial n.º 72/19, de 15 de Maio.
O projecto foi adjudicado a Isabel dos Santos em 2016, por um despacho presidencial do ex- -Presidente José Eduardo dos Santos, dividido em dois contratos: um de Dragagens, Reclamação de Terra e Protecção da Costa, com as empresas Urbinveste (angolana), e a Van Oord Dredging and Marine Contractors (holandesa), no valor de 615 milhões USD; e outro contrato de Concepção, Projectos e Construção, Execução e Conclusão das Infra-Estruturas com as empresas Landscape (angolana) e China Road and Bridge Corporation, no valor de 690 milhões USD.
Para além do projecto da marginal da Corimba, a Mota-Engil ficou também com a empreitada para a "Reabilitação das infraestruturas gerais da urbanização Nova Vida, no município do Kilamba Kiaxi", com valor inicial de 228 milhões USD e previsão de conclusão de dois anos
A construtura portuguesa vai também assegurar a restruturação e melhorar o posto fronteiriço do Luvo, na Província do Zaire, fronteira com a República Democrática do Congo. Projecto avaliado em 57 milhões USD e com duração de 20 meses.
