Faleceu na madrugada desta quarta-feira, 28, vitima de doença, o general Arlindo Samuel Kapinala “Samy”, que foi o último Vice-Chefe de Estado Maior das forças militares da UNITA. O oficial reformado morreu às três da manhã, na província do Cuando Cubango, quando criava condições para ir a Namíbia para tratar de uma malária.

Ao tempo da guerrilha da UNITA, destacou-se como um dos principais comandantes da guarnição de Jonas Savimbi. Mas seria a data altura, do conflito armar ou pôs eleitoral, que o líder guerrilheiro dispensou-o para comandar pessoalmente uma celebre brigada mecanizada que tinha a tarefa de retomar a cidade do Huambo.

Em Maio de 2001, quando Jonas Savimbi deixou de falar as rádios estrangeiras e ao telefone como medida preventiva de detenção/identificação da sua voz por parte do governo, os contatos eram feitos por intermédio do general o general Arlindo Samuel Kapinala “Samy”, que repassava as mensagens/orientações aos comandantes militares da guerrilha.

A morte de Savimbi, a 22 de Fevereiro de 2002, encontrou-o no coluna do então Vice-Presidente da UNITA, general Antônio Sebastião Dembo, junto da coronel Alda Sachiambo, Catarina Ululi (esposa de Savimbi), o tenente coronel Fitó, “Velho Saissassu”, e outros de identificação imprecisa. O general “Samy” ajudou a enterrar Dembo, quando este veio a falecer três dias após o desaparecimento de Savimbi, nas matas do Moxico.

Antes da crise do Covid-19, em Angola prontificou-se junto a família Dembo, a integrar a uma comissão que iria se encarregar na localização e recuperação das ossadas do antigo “numero dois da guerrilha” da UNITA, enterradas na margem direita do rio Lamai a pouco menos de 20 km da comuna do Luvuei.

Em 2002, o general Arlindo Samuel Kapinala “Samy” fez parte das negociações entre as partes beligerantes tendo depois se integrado nas FAA, onde antes de se reformar desempenhou o cargo de presidente da Comissão Superior de Disciplina Militar (CSDM) do EMGFAA.

Na fase da reforma passou a ensaiar-se aos negócios privados na província do Cuando Cubango onde ia com frequência, e ao mesmo tempo assessorava a direção do partido chefiada por Adalberto Costa Júnior em matérias de inteligência, uma das suas áreas de que se tornou “expert” ao tempo que integrava a guarda de Jonas Savimbi.