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“Confirmo, sim, ter autorizado o governador Valter Filipe a tratar das formalizações desse fundo de investimento. E também pedi que o mesmo fosse ultra-secreto porque só depois é que seria formalizado publicamente”, refere a missiva do ex-chefe de Estado, questionado pelo tribunal por escrito a pedido da defesa de Filipe.
“Também pedi ao governador Valter Filipe para entregar todo o processo ao actual Presidente da República e ao novo Executivo”, acrescenta a carta.
As declarações de José Eduardo dos Santos dão razão à tese de defesa do ex-governador do BNA e de José Filomeno dos Santos (Zenu), antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, de que a decisão da transferência dos 500 milhões de dólares, destinados a um alegado fundo de investimento para conseguir divisas para Angola que se veio a descobrir ser fraudulento (o dinheiro acabaria por ser devolvido a Luanda pelas autoridades britânicas), teria sido tomada pelo chefe de Estado e, como tal, não haveria qualquer crime.
A acusação de Zenu dos Santos, Valter Filipe, o empresário Jorge Gaudens Sebastião, e o antigo director do departamento de gestão de reservas do BNA, António Samalia Bule Manuel, contestou a veracidade da carta enviada ao Tribunal Supremo e assinada por José Eduardo dos Santos.
Fonte: LusaPerante esse protesto, os juízes decidiram suspender a sessão e mandar analisar o documento para confirmar da sua veracidade.