O subsídio das horas extraordinárias depende muito das horas de banco. São 300 mil kwanzas por cada 192 horas. “Mas isso ainda não está a valer. Essas horas acrescidas são justas para quem se encontra no município. As horas acrescidas praticamente são uma violência. É desumano. Temos médicos com mais de 60 anos a fazer bancos só para ver um salário digno no final do mês. Temos médicos doentes e grávidas a fazerem isso. Até posso ficar esse tempo todo nos hospitais. Mas estarei a fazer um bom trabalho? Eu, por exemplo, estou há seis meses sem receber este valor e não é um valor que se possa confiar. É como se fosse um bónus. Mas não é. É um trabalho”, explica uma médica.
O Valor Económico contactou o Ministério da Saúde, que, no entanto, não quis prestar mais informações ou mais explicações, além daquelas que o Governo já tinha dado na última conferência em que participaram as ministras da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, e da Saúde, Sílvia Lutucuta.
Neste evento, bastante criticado pelos médicos, o Governo comunicou a suspensão dos salários dos médicos grevistas. Ainda anunciou ter “cumprido com os pontos do caderno reivindicativo" e garantiu “não cruzar os braços” porque "meia dúzia de médicos entendeu paralisar”.
Depois desta medida, alguns médicos foram impedidos de entrar nos hospitais para prestar serviços mínimos.