Médicos entram em greve em todo país
Ministério da Saúde falhou na negociação. Médicos cruzaram o braço nas 18 províncias.

O SNMEA reivindica aumentos salariais, melhoria de condições laborais e o reenquadramento do médico Adriano Manuel, presidente do sindicato, suspenso há 18 meses pelo MINSA.

Segundo o sindicato, os serviços mínimos estarão salvaguardados nos bancos de urgência e cuidados intensivos.

Adriano Manuel, dirigente do SNMEA, assegurou que a greve é de âmbito nacional e está a ser cumprida em todo o território nacional.

Na sexta-feira, o sindicato acusou o Ministério da Saúde (MINSA) de ter desrespeitado a classe quando, na quinta-feira, 2, durante uma reunião com vista a um entendimento entre o Governo e o SNMEA, altos representantes da ministra na mesa das negociações "preferiram abandonar o diálogo para atender a um convite de um programa da Televisão Pública de Angola".

"Abandonaram a reunião para irem a um programa de televisão. O secretário de Estado, Leonardo Inocêncio, também abandonou a reunião para ir representar a ministra numa actividade", contou na sexta-feira passada o presidente do SNMEA.

Adriano Manuel lamentou o facto e diz não entender por que razão o Ministério da Saúde não quer negociar.

"Não se pode compreender como é que diante de uma negociação, quadros seniores do MINSA abandonam o encontro, como se não houvesse mais ninguém no ministério para continuar os trabalhos. É, de facto, uma autêntica falta de respeito", afirmou o líder sindical.

Segundo Adriano Manuel, das revindicações apresentadas nenhuma foi ultrapassada.

Ele preferem que entremos em greve do que ter de conversar para se ultrapassar os problemas, prossegue Adriano Manuel.

"Não há mesmo vontade do Governo em negociar e isso é incrível", assegura.

Conforme o presidente do SNMEA, no primeiro dia das negociações, na quarta-feira, dia 1, o MINSA ultrapassou a questão do primeiro ponto do caderno reivindicativo, que é o reenquandramento do presidente do sindicato, suspenso há mais de um ano das suas funções no Hospital Pediátrico David Bernardino, até ao quarto ponto.

"O Ministério da Saúde, estranhamente, apareceu no segundo dia a revogar todas as decisões e abandonou na sala. Isso surpreendeu a todos nós", lamentou.

Adriano Manuel realçou o facto de o MINSA não respeitar a lei sindical, sob o olhar consciente do gabinete jurídico do ministério, cujo responsável assegurou que a proposta de resolução dos problemas pode não ser aceite pela ministra.

"Isso mostra claramente que a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, não está sensível para negociar. Ela nunca se reuniu connosco! Foi o sindicato quem procurou o MINSA para conversar", lamentou.

Na quinta-feira, 2, o seu secretário de Estado para a área hospitalar, Leonardo Inocêncio, participou no encontro mas acabou por abandonar a reunião, alegadamente para representar a ministra numa outra actividade.

"Infelizmente não se chegou a consenso absolutamente nenhum sobre os pontos do caderno reivindicativo que apresentámos", salientou Adriano Manuel.

 Uma fonte deste ministério, que não quis ser identificada, confidenciou que a titular do MINSA orientou os membros que participaram no encontro com o sindicato dos médicos a não faltarem ao programa da TPA, mas garantiu que as negociações com os médicos vão continuar na próxima semana.

NJ

REAÇÕES

0
   
0
   
0
   
0
   
0
   
0
   
0
   
0