Inflação descontrolada devasta poder de compra de angolanos
O custo de vida em Luanda aumentou 2,3% em Abril face a Março, elevando para 9,3% a taxa acumulada dos primeiros quatro meses deste ano e a inflação homóloga para 27,7%.

O custo de vida em Luanda aumentou 2,3% em Abril face a Março, elevando para 9,3% a taxa acumulada dos primeiros quatro meses deste ano e a inflação homóloga para 27,7%, apontam os dados do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Depois de ter iniciado o ano nos 1,9%, a inflação mensal acelerou em Abril, um indicador encarado pelos especialista como consequência da escassez e aumento da procura dos bens e da instabilidade cambial.

Contas feitas, em termos acumulados a capital regista a maior alta de preços dos últimos três anos, e a nível da homóloga, a taxa mais elevada dos últimos 42 meses. Ou seja, é preciso recuar a Novembro de 2017, para encontrar uma taxa tão alta, quando os preços aumentaram 28,9%.

A classe "Alimentação e Bebidas não Alcoólicas" foi a que registou o maior aumento de preços com 2,8%, enquanto em sentido contrário, destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas classes "Saúde" com 2,7% "Transportes" com 2,4% e "Lazer, Recreação e Cultura" com 2,1%. Tendo em conta essas variações, a análise do INE aponta que os angolanos continuam a gastar mais com a alimentação e analises clínicas.

A taxa de inflação homóloga em Luanda está a acelerar desde Novembro de 2019, "pressionada pela crise financeira e da desvalorização do Kwanza, apesar das medidas do Governo de tentar manter o custo de vida em níveis baixos", explica o economista José Lopes, adiantando ainda que a situação continua a agravar-se e o poder de compra dos angolanos está devastado e a miséria aumenta todos os dias.

José Lopes diz que a política macroeconómica do Governo falhou e como consequência é o agravamento do custo de vida em Angola. "A falta de fiscalização e medidas mais precisas sobre os preços também estão a contribuir negativamente na formação dos preços em Luanda", disse o economista.

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