Igreja Católica diz "não é contra governação, mas a favor da justiça social"
Prelado católico nega a ideia de que a CEAST é um organismo que faz oposição ao Executivo, reafirmando que a instituição da Igreja Católica é apenas a favor da justiça social, considerando, assim, uma observação infeliz.

"A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé não é contra a governação, mas é a favor da justiça social", assegurou o presidente dessa instituição, Dom Manuel Imbamba, em reacção às acusações que têm sido feitas por alguns círculos de que o referido organismo da Igreja Católica esteja a fazer oposição ao Executivo.

José Manuel Imbaba, líder da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), fez este esclarecimento ao nosso semanário, na terça-feira, 25, no Instituto Superior João Paulo II, à margem do lançamento da obra de Maurício Francisco Caetano, intitulada "Os Bantus na Visão de MAFRANO", que já vai no seu segundo volume.

"Tudo quanto estiver contra os direitos humanos, contra a dignidade da pessoa humana e contra a alegria social tomaremos posições", advertiu, peremptório, Dom Manuel Imbamba, para quem a CEAST "é uma comunhão de comunhões [em que] cabem todas as tendências".

Entre outras coisas, o prelado referiu que, quanto à valorização do angolano, há ainda "um longo caminho a percorrer", uma vez que as políticas sociais, económicas e educativas, de acordo com o também arcebispo metropolitano de Saurimo, "ainda está aquém do grande Objectivo de Desenvolvimento Sustentável".

"Ainda há alguma incerteza, há alguma timidez em assumir, por exemplo, as línguas nacionais como factor de desenvolvimento, como factor de unidade e de convívio na diferença", apontou o prelado, cujo mandato na CEAST tem sido marcado também pela intervenção pontual de questões de cariz social e política do País. Uma das situações com que a CEAST muito se tem "batido" é a busca de soluções para as populações residentes nas localidades afectadas pela seca, sobretudo no Sul.

Em 2021, a CEAST, em comunicado tornado público, apelou ao Executivo que declarasse estado de emergência, face à brutalidade da seca nas províncias do Cunene e da Huíla, tendo visado a mobilização de organismos internacionais, como a ONU, por exemplo, na busca de soluções para as comunidades supra. O mesmo apelo foi reiterado em 2022.

Durante a venda e sessão de autógrafo do livro "Os Bantus na Visão de MAFRANO", para além de José Manuel Imbamba, prestigiaram o evento o antigo presidente do Tribunal Constitucional, Manuel Aragão, e o ex-embaixador de Angola junto das Nações Unidas, Ismael Martins.

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