FMI mais optimista revê crescimento de Angola e Banco Mundial mais pessimista
As previsões vêm de Washington no âmbito das reuniões de primavera, onde Angola participa com uma delegação liderada pela ministra das Finanças. O FMI coloca Angola no 76.º lugar das economias que mais crescem em 2023, entre 20 maiores taxas de inflação e na posição 54 dos mais pobres.

As instituições de Bretton Woods, nomeadamente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial divergem nas mais recentes previsões de crescimento da economia nacional para 2023. O FMI é o mais optimista enquanto o Banco Mundial diz que a economia angolana cresce, mas abaixo do crescimento da população que ronda à volta dos 3,1%.

Para este ano, o FMI melhorou ligeiramente a previsão de crescimento da economia nacional para 3,5%, acima dos 3,4% previstos no último encontro do ano passado. As previsões do Fundo constam no "World Economic Outlook", divulgado nesta semana.

O Banco Mundial, por sua vez, fez o contrário. No mais recente relatório " Africa"s Pulse", reviu em baixa as previsões de crescimento, prevendo que a economia de Angola abrande de 3,5% no ano passado para 2,6% este ano, estabilizando à volta de 3,0% até 2025, influenciada pela variação do preço do petróleo.

Assim, de acordo com a instituição com sede em Washington, devido à diminuição da produção petrolífera e ao reduzido impulso fiscal, espera-se que o crescimento seja moderado, caindo novamente abaixo do crescimento populacional, estimado em 3,1%, e contrariando as expectativas do Governo inscritas no Orçamento Geral do Estado 2023.

O Banco Mundial explica ainda que apesar de ter melhorado no final do ano passado, "a produção de petróleo continua abaixo da quota" permitida pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e parceiros, salientando que os preços do petróleo mais baixos podem prejudicar o desempenho da economia de Angola, ainda muito dependente do crescimento do sector petrolífero".

Outra nota levantada pelo Banco Mundial é a questão do consumo das famílias, que deverá abrandar de 4,1%, em 2022, para 2,6%, este ano, embora a produção de petróleo e diamantes deva aumentar em 2023, mas "o preço mais baixo do petróleo deverá provavelmente fazer descer as receitas externas de forma substancial, já que não serão compensadas pelo aumento da produção". Ainda assim, o Banco Mundial diz ainda que Angola poderá ser um dos principais beneficiados da reabertura da economia chinesa, o maior cliente do petróleo angolano.

Já a estimativa do Governo fica entre as previsões das instituições de Bretton Woods. O Executivo, no Orçamento Geral de Estado para 2023, apontou a um crescimento de 3,3% justificado pelas perspectivas de crescimento do PIB petrolífero na ordem dos 2,98% (incluindo gás) e do PIB não petrolífero em cerca de 3,4%.

Já o Centro de Estudos de Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (CEIC/UCAN) apresenta-se como o mais optimista, prognosticando uma expansão de 3,8%, sustentada pelo sector petrolífero. Com uma previsão de 2,3%, a Oxford Economics é a menos optimista. A consultora britânica aponta um crescimento mais baixo que o previsto pelas restantes instituições, depois de ter apontado também a uma pessimista expansão económica de 2% registada no ano passado.

Angola cresce acima do mundo

As previsões do FMI apontam que Angola vai registar um crescimento económico superior à média mundial. De acordo com a instituição multilateral, a economia mundial deverá crescer 2,8% este ano, menos 0,1 pontos percentuais do que previu em Janeiro. A revisão foi motivada pela inflação que está a cair mais lentamente do que o esperado, subida das taxas de juro, que está a retrair as economias, e pela incerteza. Assim, com base nas estatísticas do FMI, Angola encontra- se no lugar 76 na lista das economias que mais crescem no mundo, num ranking liderado por Macau, com um crescimento de 58,9%. Já o Sri Lanka e a Ucrânia têm as recessões mais baixas, com queda de 3%, ambas (ver página 4).

Os Estados Unidos mantêm-se como a maior economia do mundo, com um PIB de 26,85 biliões USD, seguido da China e do Japão, com PIBs avaliados em 19,37 e 4,4 biliões USD, respectivamente. Tuvalu, pequeno país da Oceânia, tem a menor economia do mundo com apenas 65 milhões USD de PIB. A ilha também tem a menor população do planeta (11 mil habitantes), enquanto a China se mantém como o mais populoso, com 1.436 milhões de habitantes (cerca de 40 vezes superior à população de Angola).

Embora os EUA tenham o maior PIB, o Luxemburgo é o país mais rico, com um PIB por habitante estimado em 132,4 mil USD para o final de 2023. Já os países africanos lideram a lista dos mais pobres, nomeadamente, Burundi, Serra Leoa e Sudão do Sul. Angola encontra-se no lugar 54 dos mais pobres, com um PIB por habitante estimado em 3,2 mil USD no final do ano.

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