Falta de dinheiro faz INE não publicar dados do emprego
O último dado sobre o desemprego no País é relativo ao IV trimestre de 2022 em que a taxa se fixou nos 29,6%. Para o ano passado, o PDN 2023-2027 previa uma taxa de desemprego de 30%. Em 2023 nada foi publicado sobre o mercado do trabalho e até ao momento continua a incerteza.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) não publica dados relativos ao emprego no País há um ano, estando em atraso as publicações do Inquérito sobre o Emprego em Angola relativos ao I, II e II trimestres do ano passado. Apesar de o INE apenas assumir que estes atrasos se devem a problemas técnicos, o Expansão apurou que o que está a impossibilitar a realização desses inquéritos é a falta de verbas.

Nesta altura já deveria estar a ser preparada a publicação dos dados relativos ao IV trimestre de 2023. Mas esta não é a única publicação em atraso (que já ultrapassou a calendarização divulgada pelo INE), já que há outros relatórios de sobre a actividade sócio-económica do País que estão na "gaveta".

Relativamente ao inquérito sobre o emprego, o instituto publicou em Maio do ano passado no Facebook, e não no seu website, uma nota onde informava que por razões técnicas o relatório sobre o mercado de trabalho ficou interrompido.

Entretanto, a coordenadora das estatísticas sobre o emprego, Teresa Spínola, em declarações ao Expansão disse que o quadro não se alterou, ou seja, quase um ano depois, o INE não ultrapassou o problema técnico com os dados do mercado do trabalho em Angola, mas acredita que ainda este ano, não se sabe quando, serão retomadas as publicações. Não avança datas, mas avançou que a interrupção não vai continuar por muito tempo.

Entre os atrasados, para além do IEA, está a Conjuntura Económica às Empresas, relativo ao terceiro trimestre de 2023, publicação que desponibiliza informação sobre os indicadores das expectativas dos gestores e empresários sobre a evolução da economia no curto prazo. Não foi dada qualquer justificação, mas o Expansão sabe que o INE debate-se com sérios problemas na consolidação da informação sobre estatísticas económicas.

A instituição liderada por José Calenji tem vindo também, de forma repetida, a não publicar nas datas previstas (ver tabela) os relatórios sobre o inquérito harmonizado às empresas, contas nacionais definitivas relativas a 2022, anuário e sobre as estatísticas das empresas, um relatório que reflecte as expectativas dos gestores e empresários.

A publicação de estatísticas oficiais é de extrema importância para apoiar os governos a tomar decisões ao nível de políticas e também oferecem a potenciais investidores, empresas e cidadãos, uma melhor compreensão sobre o estado da economia, influenciando decisões de investimento, de consumo ou até de planeamento financeiro. É, também, um mecanismo de transparência.

REAÇÕES

0
   
0
   
0
   
1
   
0
   
0
   
0
   
1