Durante uma visita de Estado ou em audiência privadacom o Papa, os convidados são aconselhados a usar roupa negra, com as mulheres a cobrirem a cabeça com um lenço ou véu.
Esta regra de etiqueta foi cumprida, por exemplo, por Michelle Obama, Ana Paula dos Santos ou Melania Trump, quando visitaram o Vaticano. Mas o protocolo é diferente para as rainhas e princesas católicas , o chamado "Privilégio do Branco".
As integrantes deste grupo exclusivo são neste momento, a rainha Sofia de Espanha, a rainha Paola da Bélgica, a grande duquesa Maria Teresa de Luxemburgo, a rainha Matilde da Bélgica, a rainha Leticia de Espanha , a princesa Charlene do Mónaco e a princesa Marina de Nápoles . São apenas 7 as mulheres que gozam do tal "Privilégio do Branco" .
Mas nem todas as rainhas católicas o podem fazer, já que é necessário que o Papa tenha atribuído o título de "Rex Catholicissimus aos monarcas, um título hereditário. Este privilégio está reservado a eventos importantes no Vaticano, como audiências privadas, canonizações , beatificações ou missas especiais
O protocolo do Vaticano diz ainda que qualquer outra mulher que não tenha o "Privilégio do Branco" deve usar um vestido preto sem decote e com mangas compridas e uma mantilha preta na cabeça ao se encontrar com o Papa.
Apesar de ser um protocolo rígido do Vaticano, o Papa Francisco (líder da Igreja Católica) foi mais flexível que os seus antecessores . Por exemplo, a rainha Isabel II, apesar de ser um membro da realeza, não tem permissão para usar branco em frente ao Papa, uma vez que é líder da Igreja Anglicana. Apesar de durante muitos anos, ter usado preto sempre que visitou o Vaticano, em 2014 a rainha Isabel II da Inglaterra, visitou o Vaticano usando um vestido lilás, e não preto como mandam as regras .
Se o encontro com Sua Santidade, o Papa Francisco, tiver lugar fora do Vaticano as regras mencionadas não se aplicam . Recorde-se que em 2015, altura em que Barack e Michelle Obama foram esperar o Papa Francisco ao aeroporto de Washington, a primeira-dama dos EUA usou um vestido azul.
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Na preparação de uma visita que chegou a estar pensada para o dia 27 de Maio de 1997, os serviços de protocolo do Vaticano fizeram a proposta de que Maria José Rita, esposa do Presidente de Portugal, Jorge Sampaio ficasse numa sala à espera e só entrasse na audiência quando a restante comitiva o fizesse. Ou seja, não participaria na parte inicial em que o Papa receberia o Presidente, só entraria passados 15 ou 20 minutos para assistir a troca de presentes. A proposta do Vaticano, devia-se o facto de Jorge Sampaio ser divorciado de um primeiro casamento e, portanto, casado com a então primeira-dama Maria José Rita em segundas núpcias.
Na altura , o Presidente Jorge Sampaio rejeitou a hipótese de ser recebido sem a mulher e a visita ao Vaticano ficou adiada sete anos. Só em Novembro de 2004 fez a sua primeira visita oficial a Itália, que incluiu uma audiência papal, na qual o Presidente e a sua mulher, Maria José Rita foram recebidos.
Texto de Salambende Mucari