Desde 2019, o ano que marca o arranque da implementação do Programa de Privatizações (Propriv), que resultou até agora na privatização de 93 activos, só foi possível arrecadar, em dinheiro, 200,76 mil milhões de kwanzas, dos 597,13 mil milhões que o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (Igape) diz ter recebido num total de 980,48 mil milhões contratualizados, indicam consultas do Valor Económico às estatísticas disponibilizadas pela instituição.

Mais de metade do valor recebido em dinheiro foi transferido para a petrolífera pública Sonangol, um total de 130,45 mil milhões de kwanzas, de 21 activos alienados, número muito abaixo dos alienados e direccionados para os cofres públicos. Para os cofres do Estado somente foram transferidos 63,28 mil milhões de kwanzas, enquanto, para as outras entidades do Estado, foram transferidos um total de 7,03 mil milhões de kwanzas.

Ainda que se juntem os valores arrecadados pelo Estado e as suas outras instituições (70,31 mil milhões), a diferença com o arrecadado pela Sonangol é de 60,14 mil milhões. Por sua vez, se comparado ao valor recebido (em dinheiro) pelo programa, a diferença é de 130,45 mil milhões.

Apesar da diferença de 396,37 mil milhões entre o recebido em alienação de activos/empresas e o recebido em numerário, o programa tem prestações vencidas estimadas em 607,75 mil milhões de kwanzas e espera receber 383,35 mil milhões, sendo que apresenta, segundo as estatísticas, baixo grau de incumprimento contratual de cerca de 1,8%, correspondente a 11,14 mil milhões em incumprimento.