ENDIAMA deixa de negócios não nucleares para entrar em bolsa
A ENDIAMA está a preparar a sua entrada na bolsa, onde serão dispersados 30% do seu capital. O próximo passo no âmbito da preparação deste processo é a saída de negócios não nucleares e tornar a empresa numa Sociedade Anónima. Vai sair da banca, dos transportes, da hotelaria e da segurança.

A Empresa Nacional de Prospecção, Exploração, Lapidação e Comercialização de Diamantes de Angola (ENDIAMA) está a preparar a saída de negócios não nucleares através da venda de participações que tem em empresas de transportes e logística, hotelaria, segurança e banca.

De acordo com o relatório de balanço das actividades desenvolvidas em 2023, a saída da ENDIAMA de negócios "non core" está enquadrada na agenda de reestruturação e da sua entrada em bolsa o Estado irá ceder 30% do capital que tem na diamantífera.

A ENDIAMA está entre as empresas incluídas no Programa de Privatizações (PROPRIV 2023- -2026) e prevê-se a dispersão parcial do seu capital via bolsa e a alienação total ou parcial de participações sociais em negócios não nucleares. Entretanto, a complexidade e especificidade das acções a realizar pela ENDIAMA tornam necessária a contratação de serviços de consultoria de empresas especializadas e com credibilidade internacional. Os activos a alienar são a ENDITRADE, empresa de transportes e logística do grupo ENDIAMA, o hotel Diamante, em Luanda, e a empresa de segurança Alfa 5.

O objectivo é responder aos imperativos do novo modelo de organização do sector, com destaque para a certificação da diamantífera.

Ainda no âmbito da reestruturação da ENDIAMA, com a exposição em bolsa, espera-se obter ganhos de competitividade para a indústria nacional, com empresas capazes de competir internacionalmente, dentro de um contexto exigente. O plano de reestruturação visa também a consolidação da ENDIAMA como empresa diamantífera com actuação em toda a cadeia de valor e expandir a sua actuação a outros minerais.

Com a venda em bolsa de 30% do capital, a ENDIAMA passará, até 2027, para Sociedade Anónima. Espera-se uma proposta de cedência de uma participação no capital social de 10% para o Fundo de Pensões da ENDIAMA.

Todavia, propõe-se um modelo de privatização faseado. Assim, na primeira fase serão alienados 10%, numa operação dirigida aos trabalhadores da ENDIAMA e funcionários do MIREMPET, sendo que 5% serão privatizados no primeiro trimestre de 2026 e os outros 5% no segundo trimestre de 2026, de acordo com a calendarização.

A segunda fase de 10% será dirigida a empresas nacionais com credibilidade e capacidade financeira. O processo terá inicio a partir de 2027 em função da análise dos resultados obtidos na primeira fase. A terceira e última fase, que também serão 10%, será dirigida a empresas e cidadãos estrangeiros, residentes e não residentes cambiais. E esta fase também terá início a partir de 2027, em função da análise dos resultados obtidos na fase anterior.

O Programa de reestruturação do Grupo ENDIAMA consiste num conjunto de acções estratégicas e deverá ser concluída em 2027. Com a privatização parcial da ENDIAMA pretende-se focalizar a diamantífera em torno da sua actividade de negócio nuclear, tornando-a mais competitiva no mercado global de diamantes.

Produção de diamantes no País

Em termos de produção industrial de diamantes em Angola, no ano de 2023 registou-se um défice de 2,6 milhões de quilates face aos 12 milhões de quilates programados. Quanto aos preços, de acordo com os dados da ENDIAMA, o valor não foi apelativo. Os preços caíram 24% para 161,9 USD o quilate em 2023, enquanto em 2022 o preço médio por quilate rondou os 213,5 USD.

Já as receitas brutas do sector caíram 23% para 1,5 mil milhões USD em 2023, contra os quase 2 mil milhões USD comercializados em igual período do ano anterior. Ou seja, no ano passado, de acordo com as contas do Expansão, foram vendidos menos 458,5 milhões USD em diamantes.

REAÇÕES

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