Em pleno século XXI - Falta de carteiras obriga alunos a assistir a aulas sentados no chão
Milhares de alunos por todo o País continuam a assistir às aulas em pé ou sentados em lugares improvisados devido à falta de carteiras. Há até escolas primárias em cujas aulas não arrancaram por não haver assentos para alunos. MED, que lidera um propalado Programa Nacional de Distribuição de Carteiras, "foge" de dar esclarecimentos.

Alunos a assistirem às aulas sentados no chão, em pé, a escreverem com caderno ao colo ou apoiando-se em cadeiras e, em muitos casos, a partilharem carteiras, é apenas alguns dos cenários flagrados em diversas escolas da capital, quando já se passa quase um mês desde o arranque de mais um ano lectivo.

O cenário acima descrito deriva do crónico problema da falta de carteiras, assunto, aliás, que não é estranho para o Ministério da Educação (MED), o qual, ano após ano, não arranja uma fórmula para solucionar o problema que tem provocado brigas entre alunos e até já levou a que um professor e grupo de alunos, em Viana, partissem para uma manifestação que acabou reprimida pela Polícia e provocou a detenção e suspensão do docente.

A falta gritante de carteiras escolares em vários estabelecimentos de ensino público, comparticipado e privado em Malanje, é um "calcanhar de Aquiles" para o acesso ou permanência de milhares de alunos nas escolas do subsistema do ensino geral.

Dados do Gabinete Provincial da Educação daquela localidade indicam que, no presente ano lectivo 2023/2024, mais de 120 mil crianças em idade continuarão em casa.

À imagem da realidade pelo País, pedras e latas substituem as carteiras escolares, que parecem uma miragem aos olhos de alunos em salas improvisadas. Relato de uma professora, igualmente activista cívica, junta-se à reflexão de quem um dia produziu esse equipamento. Governo Provincial espera receber de Luanda para minimizar estragos.

Dados oficiais relativos à província de Benguela, outrora produtora de carteiras escolares, apontam para necessidades na ordem de 157 mil, pouco acima do número de crianças que aprendem o ABC debaixo de árvores ou em salas precárias, sentadas, basicamente, em pedras e latas.

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