Desinvestimento em títulos indexados faz crescer os lucros da Nossa Seguros
Os lucros da Nossa Seguros em 2022 atingiram 6.841 milhões Kz, um crescimento de 33% face aos 5.132 milhões Kz registados em 2021. O volume de prémios vendidos aumentou 23% para 44 mil milhões Kz.

O crescimento dos resultados líquidos é justificado pela estratégia da seguradora em evitar maior alocação dos seus investimentos em títulos de dívida pública indexados à moeda estrangeira, para evitar perdas por causa dos efeitos cambiais como se registou no ano passado.

"Em 2022, estávamos menos expostos ao dólar e a nossa estratégia de investimento virou-se mais para termos uma exposição maior nos títulos não indexados. E como as taxas estão ainda num nível elevado, conseguimos tirar vantagens disso", explica Alexandre Carreira, presidente da Comissão Executiva (PCE).

Os prémios da seguradora cresceram acima do mercado ao atingirem 23% para 44 mil milhões Kz face aos 36 mil milhões Kz em 2021. Um aumento de mais 8 mil milhões Kz nas vendas, que permitiu também à seguradora aumentar a sua quota de mercado, tendo liderado as vendas do sector no IV trimestre do ano passado.

Este crescimento foi impulsionado pelos ramos saúde, seguro de construção e vida, embora este último não tenha ainda uma exposição muito elevado. "Estes cashflow (caixa de fluxo) que derivam destes ramos são investidos nos mercados capitais e geram lucros para a seguradora", realça.

Outro destaque vai também para os capitais próprios da seguradora que registaram um crescimento de 32% para 21.861 milhões Kz. O retorno de capitais próprios (ROE) manteve-se superior à rentabilidade de investimentos alternativos e foram reforçados nos últimos 4 anos em valores médios de cerca de 44%, o que fortaleceu a solidez financeira da seguradora.

A Nossa Seguros consolidou o 2º lugar no ranking do sector segurador, tem uma quota de 16%, estando apenas atrás da ENSA, tendo encurtado nos últimos três anos a distância face ao líder.

Importante também realçar que o rácio de sinistralidade registou um ligeiro agravamento, de 23% para 27%, sendo entanto justificado por Alexandre Carreira pelo "ajustamento efectuado no ano anterior à provisão para sinistros do ramo de Acidentes de Trabalho e ao agravamento da sinistralidade do ramo de responsabilidade civil geral".

Apesar de a seguradora manter a margem de solvência (170%) e a cobertura das provisões técnicas (174%) acima dos limites regulamentares, têm registado desde 2020 uma tendência de diminuição.

"Sou de opinião que uma companhia que tem um nível de margem de solvência muito elevado acima do mínimo regulamentado, não está a utilizar bem os seus capitais. Se somos uma empresa bem capitalizada temos que fazer negócio com este capital e temos que distribuir dividendos aos accionistas. No entanto é importante dizer que há aqui um equilíbrio positivo", explica Alexandre Carreira.

O PCE da Nossa Seguros acrescentou ainda que o resultado da seguradora também é fruto dos investimentos em inovação ao serviço dos clientes que coloca a companhia na vanguarda da oferta de serviços digitais, de que é exemplo o lançamento do aplicativo NOSSA App, onde produtos como o seguro automóvel, viagem e saúde podem ser cotados, subscritos, pagos e impressos remotamente. Estes funcionam a par do serviço de apoio ao cliente via contact center e whatsapp e atendimentos presenciais, pelas agências e agentes autorizados.

"A emprese planeia continuar a expandir e aprimorar os seus produtos e serviços, investir cada vez mais na sua digitalização e presença online, melhorar a experiência do cliente, através da disponibilização de serviços personalizados e soluções rápidas", esclarece. A Nossa Seguros tem 26 agências, 97.703 clientes, 135.950 apólices, 162 colaboradores, 111 corretores e mediadores.

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