Corrupção faz Zâmbia ficar atenta na Refinaria do Lobito
Presidente João Lourenço criticado por ter «ultrapassado» instâncias judiciais, mas a situação mais preocupante, segundo analistas, é que vícios do sistema continuam intactos. Luta por investidores, que passa também pelo Japão, reforça que presença do Estado será quase nula.

A polémica em torno de uma alegada tentativa de extorsão imputada à antiga presidente do Tribunal de Contas (TdC), Exalgina Gamboôa, faz eco na Embaixada da Zâmbia, país que pondera avançar com até 15 por cento no projecto para uma refinaria no Lobito, província de Benguela, tendo um alto funcionário, em jeito de alerta, frisado que as negociações ainda não estão concluídas.

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, pode ter negado 1% da refinaria a Exalgina Gambôa, a fazer valer o discurso do Presidente da República, João Lourenço, mas fica, segundo o funcionário da Embaixada zambiana, o espectro de um "sistema viciado".

Aqui chegado, lembrou que o Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, procurou, nos seus discursos proferidos em Angola, há dois meses, transmitir a ideia de que é necessário inverter esta tendência.

"O País quer entrar numa zona de comércio livre. É preciso seriedade", avisou a fonte, lembrando que não é líquido que haja investimento zambiano no projecto, até ao momento resumido em infra-estruturas de apoio ao empreendimento.

Dezoito anos de incertezas, só com a refinação de 200 mil barris de petróleo por dia como ponto comum nos discursos oficiais, resumem a situação de um projecto que já não será maioritariamente público.

Várias "operações de charme" demonstram que o Estado procura investidores, como ficou patente quando o Governo de Benguela levou ao local, após a visita do líder zambiano, altos responsáveis da japonesa Toyota.

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