Condomínio Cajueiro deve mais de 140 milhõesà EPAL - Moradores pegaram em faca, catana para impedir corte
A zona de luxo não paga água. Epal pronta a cortar, técnicos foram ameaçados com faca, catana e atropelamento com viatura.

A Polícia Nacional (PN) foi chamada ao local para intervir e evitar que o pior acontecesse. Até ao momento, a Empresa Pública de Água de Luanda efectuou cortes em 20 residências.

O porta-voz da EPAL, Vladimir Bernardo, disse que os trabalhos de cortes naquele condomínio vão continuar e muitos residentes devedores vão ficar privados do abastecimento de água.

"O Condomínio Cajueiro tem cerca de duas mil residências, os moradores têm uma dívida acumulada de 146 milhões de kwanzas, eles de facto têm essa dívida já há anos, e não fazem o pagamento", explicou.

Conforme o porta-voz, a EPAL iniciou na segunda-feira, 05, um trabalho de cortes selectivos aos clientes devedores, mas, antes, estes foram notificados e sensibilizados.

"Notificámos e deixámos avisos de cobrança para que eles fossem aos balcões da EPAL negociar a dívida. Como não se mostraram interessados, tivemos de recorrer ao extremo que foi fazer os cortes selectivos", disse.

Durante os trabalhos de cortes, prossegue, "os moradores insurgiram-se contra a equipa da EPAL, soltando os cães, alguns saíram com catanas e facas. Inclusive um morador pegou na sua viatura e subiu ao passeio com o intuito de atropelar os técnicos da EPAL que estavam em serviço.

Questionado porque reagiram, Vladimir Bernardo assegurou que foi pelo facto de estarem a cortar a água.

No entanto, o Novo Jornal soube que no Condomínio Cajueiros, em Viana, as factura da água assim como as de energia eléctrica não são colectivas, mas sim individuais, ou seja, o contrato é feito por cada morador, apesar ser um condomínio.

Por essa razão, a EPAL leva a cabo trabalhos de cortes selectivos aos moradores do condomínio.

A versão dos moradores

Ao Novo Jornal, dois moradores do Condomínio Cajueiro, em Viana, disseram que o problema consiste na falha do fornecimento de água ao condomínio.

"Aqui praticamente não corre água nas torneiras, ficamos meses sem ver a jorrar água e, no final, a EPAL vem apresentar a factura. Isso é brincadeira", contaram os jovens Mateus Leonardo e Manuela Maria Tavares.

Segundo o casal, não é justo a EPAL entrar no condomínio para efectuar cortes visto que são os próprios moradores que abastecem os tanques e outros reservatórios com camiões-cisterna.

"Nós compramos água a particulares, não beneficiamos da água da EPAL porque quase não corre, e se correr é uma casa ou duas em seis meses", contaram.

Este argumento é contrariado pela EPAL. Vladimir Bernardo, o porta-voz, disse que a distribuição de água no Condomínio Cajueiro, em Viana, é feito, tal como em outras zonas, em dias alternados e que os mesmos recebem água três a quatro vezes por semana, por isso não vê razões para o não pagamento do consumo da água.

Sobre o assunto, o Novo jornal tentou ouvir a posição da direcção do condomínio, tendo um alto funcionário recusado quaisquer esclarecimentos, alegando não ser assunto da direcção.

A Polícia Nacional em Viana confirmou ao Novo Jornal ter sido chamada ao local para intervir e assegurou não ter feito detenções, mas que notificou um morador que supostamente tentou atropelar alguns funcionários da EPAL.

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