O facto do Ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, ser o candidato do MPLA ao cargo de vice-presidente da República e ao mesmo tempo é o organizador do registo eleitoral está a levantar dúvida sobre a realização de uma eleição “justa e transparente”, no entender do grupo de activistas, compostos por alguns envolvidos no caso dos 15+2, como Arante Kivuvu, Nito Alves e Hitler Chiconda.
“Qual é o resultado que esperas numa disputa em que és o arbitro e jogador? Senhor Bornito de Sousa, em nome da transparência nas eleições, fraude não queremos mais”, estas são algumas mensagens que podem ser lidas nos anúncios da manifestação que já estão a ser divulgados nas redes sociais por membros do grupo de activistas.
A mesma questão já foi levantada pelos partidos da oposição. Mas Bornito de Sousa justificou na segunda-feira que “não há incompatibilidades legais e constitucionais” com a sua indicação.
Em declarações à Rede Angola, o activista Hitler Chiconda, alegou que o objectivo da manifestação é apelar na transparência do processo eleitoral.
“O nosso objectivo primeiramente é apelar à lisura e transparência do processo eleitoral. As desculpas do senhor Bornito de Sousa revelam falta de rigor analítico e desrespeito pela verdade. Esta atitude tem a ver apenas com simples considerações de conjuntura política, e aos olhos da sociedade é imoral “, concluiu o activista.
No dia 24 deste mês, os activistas de Luanda darão início à marcha a partir do Largo da Independência até ao Largo dos Ministérios. Já em Benguela os protestos começarão no Liceu e terminam no Largo da Peça.