Armas e monições entram ilegalmente em Angola através da Namíbia
O comandante-geral da Polícia Nacional (PN), comissário-geral Arnaldo Manuel Carlos, está preocupado com o contrabando de armas da Namíbia para Angola.

Numa reunião conjunta realizada no dia 23 deste mês, em Oshakati, norte da República da Namíbia, o Inspector-geral da polícia namibiana, Sebastian Ndeitunga (na foto, com o seu homólogo angolano), revelou que a operação conjunta já capturou quatro cidadãos, dos quais três angolanos e um namibiano que responde no processo sob termo de identidade e residência.

Além do recurso à falsificação de assinaturas para facilitar a compra de armas na Namíbia, os quatro suspeitos estão a ser acusados de contrabandear 13 armas de fogo e 450 munições, conforme explicações do responsável da polícia namibiana.

Os crimes mais comuns naquela localidade são o tráfico de armas de fogo, munições, tráfico de seres humanos, tráfico de droga, contrabando de combustível, roupa usada, cigarros, álcool, telemóveis, além de furto, roubo de viaturas e de gado, avançou por sua vez o comandante-geral da polícia angolana, Arnaldo Manuel Carlos, que, segundo a fonte da PN contactada pelo Novo Jornal, à lista, acrescentou ainda a importação e exportação ilegal de moeda, a imigração ilegal e a agressão ambiental.

A fonte do Comando-geral da Polícia Nacional, presente na reunião conjunta do dia 23, explicou  que as partes defenderam o reforço no combate aos crimes fronteiriços que têm ocorrido diariamente naquela localidade.

"Estamos a desencadear um trabalho operativo no sentido de averiguar o propósito da compra destas 13 armas de guerra", afirmou, sublinhando que a Polícia angolana e namibiana já identificaram algumas pessoas envolvidas no esquema.

O grupo de trabalho, de acordo com a fonte, decidiu também intensificar a partilha de informação de inteligência com objectivo de contrapor os crimes transfronteiriços e reforçar a realização de investigação policial conjunta.

"Vamos aumentar a realização de campanhas de sensibilização da população que vive ao longo da fronteira sobre os crimes ocorridos naquela zona, bem como a necessidade de criar acessos para permitir o patrulhamento ao longo da fronteira, assim como a instalação de mais postos de travessia", destacou.

Questionado sobre as armas ilegais espalhadas em Angola e sobre o processo de desarmamento da população civil, considerando o aumento de crimes, sobretudo em Luanda, a fonte do Comando-geral respondeu que a corporação tem conduzido essa missão com noção dos crimes ocorridos com recurso a armas de fogo que até o momento já ceifaram centenas de vidas mesmo em tempo de paz.

"Essa situação passou a constituir preocupação do Executivo, que estabeleceu o programa de acção orientando os Ministérios do Interior e o da Defesa Nacional a desenvolverem acções de desarmamento da população civil que continua a decorrer normalmente", acrescentou.

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