Afentra compra participação da ENI e torna-se 2.º principal accionista no Bloco 3/05
Este bloco é operado pela Sonangol, que em Abril do ano passado anunciou os vencedores de um concurso que realizou com o propósito de monetizar os interesses em vários blocos incluindo o 3/05.

A petrolífera britânica Afentra prepara-se para se tornar na segunda empresa com maior participação (30% e 21,33%) nos Blocos 3/05 e 3/05A operados pela Sonangol, que há um ano decidiu vender a sua participação.

A empresa listada na Bolsa de Londres é liderada por Paul Macdade, ex-director geral da petrolífera irlandesa Tulow Oil, e apresenta-se como uma companhia de exploração e produção de petróleo e gás focada na aquisição de campos maduros em produção em África.

A Afentra anunciou no início do segundo semestre de 2023 que assinou um acordo de compra e venda das participações de 12% da ENI nos Blocos 3/05 e 3/05A por 48,5 milhões de dólares, prevendo pagar um valor adicional de 21 milhões de dólares nos próximos 3 anos.

Recorde-se que no início deste ano a Afentra foi qualificada pela Sonangol no concurso publico que ditou a redução das participações da petrolífera estatal em 9 blocos petrolíferos. Na ocasião foi anunciado que a Afentra pagaria 80 milhões de dólares pela participação de 20% da Sonangol no 3/05. Em Junho deste ano a Afentra comprou 4% da Participação da Croata INA nos blocos 3/05 e 3/05A.

Com estas aquisições, a Afentra passaria a ter participação maioritária no bloco operado pela Sonangol e tal facto forçou a petrolífera britânica a emendar o acordo de compra da participação da petrolífera nacional em ambos os blocos, passando dos anteriores 20% para 14% no Bloco 3/05.

Fruto desta emenda, a petrolífera estatal vai, quando o negócio estiver concluído, receber menos dinheiro, encaixando apenas 56 milhões USD e, numa fase posterior, mais 35 milhões.

A empresa declara que o acordo com a Sonangol para aquisição de uma participação de 40% no Bloco 23 da Bacia do Namibe mantém-se inalterado, aguardando pelas aprovações formais do Governo para ser finalizado.

Os blocos 3/5 e 3/05 A operados pela Sonangol têm reservas provadas de aproximadamente 32 milhões de barris de petróleo e reservas pro provar de 20 milhões de barris.

Compra da participação da Sonangol foi um parto difícil

A Afentra passa a ter direito a 6.000 barris de petróleo por dia incluindo a produção no 3/05 A. A Afentra clarifica que para a aquisição destes activos conta com o apoio do Mauritius Commercial bank e da Trafigura com quem tem um acordo de empréstimo de capital de reserva avaliado em 12,8 milhões USD.

A Sonangol anunciou em Abril do ano passado a venda de participações em 8 blocos (numa licitação que arrancou em Junho de 2021 para os blocos 3/05, 4/05, 5/06, 15/6, 18, 23, 27 e 31. Como resultado, a companhia receberia pouco mais de 800 milhões de dólares numa primeira fase e este montante poderá ultrapassar os mil milhões USD com os valores a serem entregues nos próximos anos em função da performance dos blocos e do preço do barril do petróleo.

Afentra, Sungura (consorcio entre a petrolífera estatal namibiana Namcor e as petrolíferas privadas Petrolog e Sequa) e um consórcio entre a Etu Energias e a Sirius entre as empresas escolhidas em Abril de 2022. Hoje passados 1 ano e cinco meses, o processo ainda não está fechado e a Sonangol não revela mais detalhes sobre o assunto.

Entretanto, segundo apurou o Expansão, no caso da Afentra o atraso deve-se ao facto de a Sonangol ter entregado os processos de compra e venda à concessionária sem ter apresentado evidências por escrito de que os actuais parceiros do bloco tiveram a hipótese de exercer o direito de preferência. Por esta razão o processo teve de ser devolvido.

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