Adalberto esvazia agenda do MPLA e pede luta contra autocracia e monopólios
Alerta para o que chama de consolidação da autocracia como parte de um projecto de manutenção do poder em Angola, sem compromisso com o desenvolvimento, e indica consequências sociais e económicas.

Líder da oposição revela convites de chefias militares para assalto ao poder, numa subversão que levaria o povo às ruas, mas sustenta que «não foi na conversa», convicto de que o projecto de manutenção do poder deve ser combatido por meios legais. Má distribuição da riqueza é outra consequência apontada pelo igualmente coordenador da FPU, que teve um discurso a contrariar a agenda preparada pelo partido no poder. Adalberto quer um País unido na luta contra as demolições e execuções sumárias que são associadas a organizações de defesa e segurança. 

Pouco mais de um mês após a apresentação da agenda do MPLA para 2023, que tem o reforço da democracia entre os 10 eixos estratégicos, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, alerta para o que chama de consolidação da autocracia como parte de um projecto de manutenção do poder em Angola, sem compromisso com o desenvolvimento, e indica consequências sociais e económicas.

Costa Júnior chegou ao palco da organização cívica Omunga, na última semana, em Benguela, com um discurso totalmente adverso ao essencial da agenda dos "camaradas", apresentada no Kuito, Bié, onde a vice-presidente, Luísa Damião, vaticinou prosperidade para os angolanos nos próximos tempos.

"O MPLA, para ser mais conciso, tem um projecto de manutenção do poder a qualquer preço. Estamos a ver a autocracia, a concentração dos poderes numa única pessoa", disse o político, numa comunicação sobre "Desafios e Oportunidades num Estado Democrático".

Perante militantes do seu partido, jovens estudantes e organizações da sociedade civil, no chamado "Quintas de Debate", ACJ avisou que as autocracias não respeitam a dignidade da pessoa humana.

"Vejam as demolições, vejam as execuções sumárias, oito jovens baleados em Luanda, mais 10 corpos no Bengo. Mas quem faz isso, quem faz?", perguntou o líder do "galo negro", antes de ter assinalado que "as execuções nas Lundas nunca cessaram".

Ao questionar o silêncio das autoridades, adiantou que a ideia que se transmite é a de que a vida humana perde importância, até porque "as suspeições indicam que muitas mortes estão associadas à limpeza de organizações de defesa e segurança".

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