P U B L I C I D A D E
“Esta semana aquilo que o regime fez foi tomar medidas para ficar no poder eternamente. Quando há um homem [o novo presidente da CNE] que está a ser contestado pelo povo, por toda a gente, os órgãos do Estado admitem a sua posse”, afirmou esta Terça-feira (25.02) o líder da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), em Luanda.
Supostas “irregularidades, ilegalidades” e “inconstitucionalidades” são apontadas no processo de eleição do novo presidente da CNE, factos que deram origem aos protestos dentro e fora da sede do Parlamento angolano.
Segundo o presidente da UNITA, o maior partido na oposição em Angola, a última semana “foi muito triste para o país”, porque, frisou, os dirigentes “mataram um pouco da nossa esperança de eleições livres e justas”.
“Aquele senhor”, prosseguiu, aludindo ao juiz 'Manico', "que foi lá colocado, vai tratar das eleições livres?”, interrogou-se, durante um discurso com cidadãos e militantes do seu partido no mercado do São Paulo, Luanda, no âmbito de uma visita que efectuou esta Terça-feira aos municípios de Luanda e Cazenga.
Para o líder a UNITA, a luta para eleições livres e democráticas, para a liberdade, desenvolvimento e de uma Angola de oportunidades para todos ficou mais difícil com a eleição do presidente da CNE, admitindo “manifestações do povo e não apenas da UNITA”.
“Vamos todos manifestar, não vamos ficar uns em casa para depois dizerem que é a UNITA sozinha. Vamos ver se temos de facto essa decisão corajosa de reivindicar os nossos direitos”, acrescentou.
Na sua intervenção, muitas vezes interrompida pela assistência, Costa Júnior considerou igualmente que o balanço da luta contra a corrupção, um dos eixos de governação do Presidente angolano João Lourenço, “é negativo”, responsabilizando os "marimbondos" pela actual situação do país.
Em Angola, marimbondo é a designação dada às vespas e, o combate à corrupção, descrito como uma luta contra “um ninho de marimbondos”.
Adalberto Costa Júnior assegurou ainda que o seu partido vai “pressionar” o Parlamento angolano para a aprovação das restantes leis que conformam o pacote legislativo autárquico, tendo em conta as primeiras eleições autárquicas previstas para 2020.
Fonte: LUSA