Que perspectivas economicas têm os países africanos da CPLP?
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em Africa deverá aumentar para 5,0% em 2016, após uma subida moderada em 2013 de 3,5% e em 2014 de 3,9%.

Mais quais são as perspectivas economicas dos países africanos da CPLP?

Mais quais são as perspectivas economicas dos países africanos da CPLP? Widralino Widronil

Em 2014, o crescimento ficou um ponto percentual abaixo do previsto, devido à fraqueza da economia global e aos graves problemas internos em alguns países africanos. Verifica-se, porém, uma melhoria na economia global e, se as previsões do PEA (Perspectivas Economicas na Africa) estiverem corretas, Africa voltará rapidamente a aproximar-se dos níveis impressionantes de crescimentos.

Angola

Trata-se do maior dos países africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e é potencialmente o mais rico em termos de recursos naturais, com destaque para o petróleo e os diamantes.

Nos últimos anos o país levou a cabo um processo de ajustamento que permitiu, a par das elevadas receitas petrolíferas, a sua consolidação macroeconómica, a queda da inflação para mínimos históricos, a melhoria das posições orçamental e externa, o reforço das reservas externas e a redução do peso da dívida.

É justo sublinhar, que o crescimento do PIB ficou a dever-se, principalmente, aos sectores não petrolíferos, nomeadamente, receitas tributárias, energia, agricultura, indústria, pescas e construção civil. Apesar dos bons indicadores económicos, são necessárias novas políticas com vista a retirar os angolanos da pobreza. 

Os indicadores sociais, embora tenham melhorado significativamente, no entanto não acompanharam o forte ritmo de crescimento da economia. Com efeito, uma boa parte da população ainda vive abaixo da linha da pobreza.

Elevados investimentos estão a ser feitos com vista a expandir o acesso à energia elétrica, água e transportes. Angola precisa acelerar a diversificação económica e reduzir a dependência do petróleo, que responde por cerca de 46% do PIB, 80% das receitas do Estado e 95% das exportações do país.

São necessários mais investimentos em competências e infraestruturas com vista a melhorar o desenvolvimento humano.

O país tem de obter uma melhor posição na cadeia de valor global da indústria petrolífera e ampliar a sua participação em sectores como o gás natural liquefeito, o metanol e noutros sectores de alto potencial.

Redação e Luso/phone/economia

Cabo Verde

Cabo Verde

Estado insular, é o mais árido dos PALOP. As secas foram ao longo dos tempos o grande flagelo silhas, contribuindo para a degradação ambiental e o empobrecimento da população. A agricultura continua a ser um dos principais sectores e fonte de riqueza, a pardas receitas do turismo e das remessas dos emigrantes da diáspora.

A partir de 2012, a economia foi atingida pela conjuntura económica internacional desfavorável. O crescimento do PIB caiu de 4% em 2011, para 2.5% em 2012 e 1% em 2013.

O abrandamento da conjuntura externa e a redução da procura interna determinaram a redução do crescimento económico de Cabo Verde, com repercussões negativas nas contas públicas. No entanto, a redução das importações de bens e o contínuo crescimento das receitas do turismo permitiram a melhoria das contas externas e o reforço das reservas externas e consequente auxílio à política monetária e defesa do regime cambial de ancoragem ao euro.

Cabo Verde está no bom caminho para alcançar a maioria dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, mas ainda permanecem desafios significativos, em especial o elevado desemprego e as persistentes desigualdades sociais. Aspecto positivo reside no facto de ser um dos países africanos que regista uma maior taxa de participação da mulher na sociedade e na administração pública, estando também entre os que mais têm combatido com sucesso o analfabetismo.

Com uma diminuta base produtiva, Cabo Verde relaciona-se com as cadeias de valor globais, principalmente através do turismo e do trabalho. O sector do turismo é o mais envolvido nas cadeias de valor globais, tendo-se tornado, desde 2005, num importante motor do crescimento.

Guiné-Bissau

Guiné-Bissau

Regista uma enorme dependência alimentar, um grande atraso tecnológico e um diminuto e depauperado tecido empresarial.

A Guiné-Bissau, após acontracção verificada em 2012, recuperou e registou uma taxa decrescimento de 0.3% do PIB em 2013. As exportações e a renovação do envolvimento dos parceiros de desenvolvimento foram os principais factores desse crescimento. Em 2015 crescimento atingiu 2.6%.

A inflação mantém-se a níveis baixos, devido à estabilidade cambial decorrente da participação do país na zona do franco CFA.

A situação humana e social deteriorou-se devido à falta generalizada de recursos do Estado e às dificuldades de acesso aos serviços de saúde. O país regista um dos mais baixos indicadores de desenvolvimento humano (IDH). Em paralelo, a insegurança alimentar deteriorou-se seriamente: mais de um terço da população está em situação de subnutrição.

Finalmente, a Guiné-Bissau, de um modo geral, está mal integrada nas cadeias de valor globais (CVG), especialmente devido ao ambiente de negócios desfavorável e à falta de infraestruturas de suporte à produção.

São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe

A agricultura (cacau) e o turismo, são as principais fontes do PIB santomense. Cerca de 40% da população é pobre, num país com uma elevada dívida externa e uma baixa produção. Este cenário parece, no entanto, poder vir a mudar, já que foram identificadas e avaliadas enormes potencialidades para o país de extração de petróleo no seu off-shore.

Em 2012, o ritmo de expansão da economia santomense registou um abrandamento, em resultado da escassez de financiamento externo e da consequente redução das reservas cambiais. O arrefecimento da economia afectou o volume das receitas tributárias, mas um esforço bem sucedido de redução da despesa pública permitiu preservar a consolidação orçamental e a consequente descida sustentada da inflação.

Em 2013, o crescimento real do PIB cifrou-se em 4.3%, abaixo do programado. A economia cresceu 4.8% em 2014 e 5.6% em 2015, devido a um aumento moderado do investimento directo estrangeiro, em particular por parte dos parceiros bilaterais.

A participação nas cadeias de valor globais (CVG) representaria uma oportunidade extraordinária para SãoTomé e Príncipe, proporcionando valor acrescentado às suas duas principais culturas de exportação, o cacau e o café. 

A falta de mão-de-obra qualificada na indústria do cacau determina a exportação de matérias-primas, principalmente para a Europa, negando a São Tomé e Príncipe a possibilidade de beneficiar do segmento mais lucrativo da cadeia de valor do mercado de confeitaria – o processamento do cacau em chocolate. 

Nos últimos anos, com a construção de uma fábrica de chocolate, São Tomé e Príncipe iniciou o processamento local de sementes de cacau em chocolate. Tal situação não só aumenta o valor das exportações, como também constitui um factor gerador de emprego.

Moçambique

Moçambique

O investimento e as exportações dos megas projectos, sobretudo de gás natural, carvão e areias pesadas, têm sido determinantes no crescimento de Moçambique. No entanto, a sim portações daqueles sectores pressionaram a balança corrente externa, ainda que o investimento directo estrangeiro tenha possibilitado o reforço das reservas cambiais. 

As contas públicas melhoraram, beneficiando do aumento das receitas dos impostos e de uma ligeira redução do investimento público.

Em 2013, o PIB real registou um crescimento de 7%, menor do que o esperado devido às graves inundações ocorridas no início do ano. O aumento progressivo da produção de carvão e a implementação de grandes projectos de infraestruturas devem continuar a impulsionar o crescimento do PIB, projectado para  8.3% em 2016.

A natureza do crescimento de Moçambique, com base em capital intensivo, tem tido um impacto limitado no emprego e registou um efeito menor do que o desejável na redução da pobreza.

Moçambique continua a ser um dos países menos desenvolvidos do mundo.

Os principais motores do crescimento foram o investimento directo estrangeiro (IDE), principalmente no sector extrativo, e o aumento da despesa pública. Em 2013, os sectores que mais cresceram foram o sector extrativo, impulsionado pelo aumento das exportações de carvão, e o sector financeiro, impulsionado pela expansão do crédito e pelo aumento do rendimento, principalmente nas áreas urbanas. 

A agricultura, que emprega 70% da população, não possui o mesmo dinamismo económico, embora esteja a crescer acima de 4%.

O papel residual de Moçambique nas cadeias globais de valor (CGV), praticamente limitado à fábrica de fundição de alumínio da Mozal, poderá ser alterado pelo desenvolvimento de clusters industriais específicos relacionados com o gás natural e a energia.

REAÇÕES

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