Presidente da África do Sul devolve ao Estado mais de meio milhão de USD
Como consequência de gastos indevidos para a remodelação da sua residência particular o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, devolveu ontem aos cofres do Estado os 7,8 milhões de rands (cerca de 539.000 dólares, cumprindo uma sentença do Tribunal Constitucional

Segundo o novo jornal, o Tribunal Constitucional sul-africano ordenou a Zuma que devolvesse os valores indevidamente gasta depois de declarar vinculativas as recomendações da Provedora de Justiça, Thuli Madonsela, que considerava que o Chefe de Estado devia reembolsar o Estado da parte dos 246 milhões de rands (cerca de 16,8 milhões de dólares) que custaram as obras não destinadas a garantir a sua protecção.

O Presidente justificou a milionária remodelação da sua casa de Nkandla alegando razões de segurança, mas Madonsela revelou que, entre as infra-estruturas construídas, havia um galinheiro, um estábulo para vacas, um anfiteatro e uma piscina.

Depois de Zuma se recusar várias vezes a devolver o dinheiro, a oposição levou o caso ao Tribunal Constitucional, que no passado mês de Março determinou que o Presidente devia cumprir o disposto por Madonsela e acusou-o de fugir às suas obrigações com a conivência do Parlamento.

Zuma teve de pedir um empréstimo para poder pagar a totalidade das reformas da sua casa de Nkandla, no leste do país, que não tiveram apenas como objectivo melhorias em matéria de segurança, indicou o porta-voz da Presidência sul-africana, Bongani Majola.

Consequências

Consequências

Os abusos de poder de que é acusado e a evolução negativa de uma economia à beira da estagnação levaram o seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC), a obter, nas eleições autárquicas de 3 de Março, os piores resultados da sua história.

O ANC sofreu, então, uma perda de 60% dos votos em todo o país, um feito até agora inédito nos 22 anos de democracia na África do Sul.

Liderado por Zuma, o ANC perdeu pela primeira vez as câmaras de Joanesburgo, Pretória e Port Elizabeth, onde a opositora Aliança Democrática (DA) agora governa com o apoio de partidos minoritários.

O antigo movimento de libertação elegerá em Dezembro de 2017 o seu novo líder e o provável sucessor de Zuma como candidato do ANC à presidência do país.

O "caso Nkandla" como é popularmente conhecido na África do Sul - transformou-se num símbolo dos escândalos que rodeiam Zuma, de 74 anos, chegado ao poder em 2009 e que termina em 2019 o seu segundo e, por imperativo legal, último mandato.

Vários dirigentes do ANC pediram publicamente a demissão de Zuma, tanto do cargo de líder do partido como da chefia do Estado

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