Luanda: Bairro Catinton nunca teve água potável
Desde a sua existência, o bairro Catinton, em Luanda, nunca teve água potável. Para ter o precioso líquido, os moradores dependem do garimpo, cisternas e "kupapatas".

Esquecidos em plena capital em 15 anos de paz, é o que os moradores do bairro Catinton dizem estar, pela falta de “quase tudo”, desde a água potável (principal dor de cabeça), energia eléctrica, sanamento básico, policiamento. 

Para ter água em casa, os moradores passam por várias dificuldades, são obrigados a percorrer quilómetros, recorrendo aos tanques de cidadãos que abastecem através de camiões cisternas ou garimpo. Chegam a pagar 70 a 100 kwanzas por um bidon de vinte e cinco litros, já que os proprietários dos tanques compram a cisterna a preços avultados. 

“O meu tanque é de 20 mil litros, tenho comprado a cisterna a 24 mil kwanzas, vendo o bidon de 25 litros entre 70 a 80 kwanzas. Nos meses de Novembro e Dezembro, o preço da cisterna é de 30 mil kwanzas ou mais, as vezes compro nas mangueiras entre 17 a 18 mil kwanzas. Vender a 40 ou 50 kwanzas, uma banheira de 20 ou 30 litros, não há lucros.” Contou à Angola-Online, dona  Terezinha.    

Quem entra na corrida da comercialização de água por estas bandas, são os chamados “kupapatas”, nas primeiras horas da manhã, passam de casa em casa, para vender o precioso líquido por 55 kzs, cada bidon.

Os moradores contaram que já apresentaram a preocupação a Comissão de Moradores e ao Governo de Luanda, mas nunca obtiveram respostas. Apelam ao Governo para olhar ao sofrimento que têm passado. 

Texto: António Neves Revisão de Guilherme Francisco GAF

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