Por este motivo, o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, pediu para se acelerar a reintegração social dos ex-militares e para se concluir o processo de pagamento dos subsídios de desmobilização "caso haja ainda pessoas que não tenham sido contempladas". Muitos ex-militares não gostaram de ouvir estas palavras.

As palavras proferidas por Dos Santos causa descontentamento por parte de alguns ex-militares, que questionam "como é que o Presidente da República pode dizer que não tem a certeza se ainda há ex-militares fora da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas sem subsídio?", questionou Simão Temba.

"Lamentamos, porque o Presidente da República sabe que, em todas as províncias de Angola, existem muitos ex-militares dos três movimentos de libertação de Angola, que são a FNLA, o MPLA e a UNITA, considerados excluídos, por não estarem inseridos na Caixa Social (das Forças Armadas Angolanas), assim como na direcção dos antigos combatentes. Portanto, são muitos os que até este momento desconhecem os benefícios da paz pela qual lutaram", disse.

 Luís Buete, um outro ex-militar, deu a conhecer a existência de milhares de ex-militares fora do sistema da Caixa Social, incluindo de altas patentes. "Não sou apenas eu, existem muitos capitães e tenentes que também não estão na Caixa Social", afirmou.