Angola vende combustíveis com nivel de toxinas elevado
Foi publicado ontem pela organização não governamental Public Eye, um relatório de 160 páginas, resultado de uma investigação de três anos onde denuncia empresas suíças a comercializar em África gasolina e gasóleo com níveis de toxinas superiores aos limites legais na Europa
Angop

Segundo o Rede Angola, uma das referidas empresas é a Trafigura que está ligada a Puma Energy de Leopoldino Dias do Nascimento, conhecido como (general Dino), acusada de comercializar em Angola, através da Puma, gasóleo com um nível de toxinas de 1600 partículas por milhão (ppm), quando o limite legal na Europa é de 10 ppm.

O estudo do Public Eye, chamado “Diesel Sujo”, diz que os maiores traders privados de combustível, na sua maioria com sede na Suíça, vendem combustíveis refinados aos países africanos aproveitando e explorando as legislações menos restritivas dos países africanos para lucrar mais dinheiro com combustível mais sujo. Escreveu o rede Angola

A Public Eye chama-lhe “modelo de negócio escandaloso” completamente controlado por “empresas nos seus múltiplos papéis de produtores, fornecedores e em algumas regiões operadores de redes de bombas de gasolina”. Além da Trafigura, são citadas no estudo a Vitol, a Addax & Oryx e a Lynx Energy.

A Vitol ganhou, em Junho, o concurso de licitação da primeira carga de gás liquefeito comercializada por Angola LNG depois de retomar a produção ao fim de dois anos de reparações.

Sapo

Aproveitando-se das normas reguladoras mais suaves, estas empresas vendem aos consumidores africanos combustível com alto teor de enxofre que elas próprias produzem, contribuindo significativamente para o rápido aumento da poluição nas cidades africanas e pondo em causa a saúde de milhões de pessoas.“Produzir e vender esses produtos é ilegítimo e viola o direito à saúde das populações africanas”, escreve a Public Eye.

A Trafigura e a Vitol reagiram ao estudo garantindo que o relatório dá uma noção errada e que os retalhistas operam dentro dos limites legais estabelecidos em cada país. E sublinham que não têm qualquer interesse em manter os níveis de enxofre mais altos do que o necessário.

Segundo os especialistas de saúde, o enxofre libertado pelos escapes dos veículos pode aumentar os problemas respiratórios, causando doenças como a asma e a bronquite.

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