Discurso sobre o Estado da Nação não diferente do habitual
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, por imperativo constitucional, discursou hoje na Assembleia Nacional sobre o Estado da Nação. Na mensagem à nação, José Eduardo dos Santos, começou por descrever sobre a conquista e ganhos da paz, bem como abordou sobre o actual contexto socioeconómico que o país enfrenta, e da política interna e externa.

Um discurso não diferente do habitual, Dos Santos, garantiu que apesar da crise económica e financeira, o país está melhor do que muitos outros países que vivem actual situação, apontando como prova a redução dos preços dos bens de primeira necessidade.

"Apesar do agravamento da situação económica do país, provocado pela queda do preço do petróleo, Angola está a lidar com a crise melhor do que outros países. Exemplos disso são a baixa progressiva dos preços dos bens essenciais, da inflação e da taxa de juros; a recuperação da actividade das empresas e dos níveis de emprego."

Por seu turno, Dos Santos, salientou que graças as políticas macroeconómicas traçadas pelo executivo se tem verificado a redução do nível de inflação no mercado, indicando como meta uma taxa de inflação mensal de 1 por cento ou menos.

Desde o início da crise, que têm sido registadas depreciações sucessivas nos mercados primário, secundário e informal do Kwanza. Em consequência das medidas de regulação macroeconómica que se tem adoptado, verifica-se nas últimas semanas uma regressão no mercado informal dos valores especulativos do dólar e do euro, graças à melhor coordenação da política fiscal, monetária, cambial e de rendimento e preços. 

Esta aplicação coordenada dos instrumentos de política económica permitiu garantir uma oferta de divisas no mercado cambial primário que sustentou a execução do Orçamento Geral do Estado e, por outro lado, o atendimento à procura da moeda estrangeira em articulação com uma adequada oferta de meios de pagamento em moeda nacional e com a satisfação das necessidades de bens e serviços. 

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, a taxa de inflação mensal que, em Julho, estava em cerca de 4%, baixou em Agosto para cerca de 3% e em Setembro para 2,14 %, verificando-se assim a baixa dos preços de bens de consumo no mercado e um apreciável aumento do poder de compra dos salários. A nossa meta é conseguir uma taxa de inflação mensal de 1% ou menos.

O presidente da República realçou ainda que ‘’a economia não estagnou, apenas perdeu a pujança com que se vinha desenvolvendo por causa da crise actua’’, disse o PR.

Por outro lado, no campo da saúde, educação e saneamento básico, JES, considerou que o país fez avanços significativos, dizendo que, "Angola sofre as consequências da crise económica e financeira internacional desde 2008. Mesmo assim, cumpriu mais de metade das metas estabelecidas pelas Nações Unidas nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015, no que diz respeito a sectores como o emprego formal, o abastecimento de energia e água potável, a saúde e o saneamento do meio, a educação e a formação profissional, entre outros."

No que toca a diversificação da economia, JES, fez saber que já há muitos anos que o país fala em diversificação da economia, mas pelos momentos difíceis que o país sofreu foi difícil começar o processo de diversificação da economia, e actualmente o país está apostar na agricultura para diversificação da economia do país que é dependente do petróleo. JES, refutou as comparações que têm sido feitas entre o povo angolano e os outros povos.

 "Não podemos falar do nosso país como se estivéssemos a falar de Portugal, de Cabo Verde ou do Senegal. A nossa história não é igual nem parecida com a dos outros. O nosso povo está consciente desse facto e sabe o que quer e como construir o seu futuro. Por essa razão escolheu o caminho da diversificação da economia e está, com realismo, a dar passos seguros para conseguir este objectivo". Frisou.

Quanto ao crescimento do IDH, o Chefe de Estado disse o seguinte, "Angola registou também um crescimento apreciável do Índice de Desenvolvimento Humano do seu povo, graças em grande parte às melhorias verificadas nos domínios sanitário e educacional. O IDH do povo angolano está, por exemplo, acima da média dos países da África Subsariana. O objectivo a que o país aspira é o de pertencer até 2025 ao Grupo dos Países de Desenvolvimento Humano Elevado. Por essa razão o Combate à Pobreza é, de facto, uma prioridade do Governo, e tem sido positivo o ritmo da sua redução. Mas é importante que haja um reforço e alargamento das medidas que, directa ou indirectamente, podem contribuir ainda para a sua maior redução".

O PR também olhou para onda de criminalidade que se registaem todo país, dizendo o seguinte, "o nível interno enfrentamos também o aumento da criminalidade violenta, a imigração ilegal e os crimes de natureza económica, em relação aos quais têm estado a ser tomadas medidas concretas de combate. Vamos dar passos mais efectivos no sentido de aprofundar e consolidar o desempenho da Unidade de Informação Financeira, concedendo-lhe maior autonomia com vista à efectiva implementação das medidas de natureza preventiva e repressiva de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo."

Na mensagem à Nação, o PR falou ainda sobre a necessidade da UA não reconhecer os governos que assumem o poder por via anti-constitucional, bem como acompanhar e fiscalizar os processos eleitorais dos Estados membros. Por outro lado, Dos Santos, acusou os Estados Unidos de fomentar instabilidade em vários países do mundo.

"Utilizando a força, os EUA levaram a cabo intervenções em várias partes do mundo para impor os seus próprios valores políticos, com resultados adversos. Acabaram, assim, por gerar mais instabilidade no Médio Oriente, na Ásia e em África, onde não conseguiram nem impor a paz nem desencorajar os movimentos terroristas. Essas políticas foram conduzidas na erado presidente George W. Bush e do presidente Obama, cada um com as suas especificidades e com o beneplácito dos seus aliados. Que rumo seguirá apolítica externa americana com o novo presidente que será eleito em Novembro? Qual será reacção da Rússia e de outras potências de desenvolvimento médio? Um mundo mais seguro só pode ser arquitectado na base do diálogo e do entendimento entre estes dois grupos e de uma neutralidade mais activa por parte das Nações Unidas". Rematou.

No discurso à Nação, o PR, apelou aos cidadãos à participarem no processo eleitoral que decorre no país, bem como a lisura e transparência no processo que conduzirá o país as próximas eleições.

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