UNITA e CASA-CE dizem que João Lourenço termina mandato de cinco anos ″na mesma realidade do seu antecessor″ 
Na visão da UNITA e a CASA-CE João Lourenço este abaixo das expectativas nos cinco anos de mandato.

UNITA e a CASA-CE, segunda e terceira forças políticas da oposição, reagiram aos pronunciamentos do presidente da República durante entrevista realizada ontem.

Ernesto Mulato, deputado da UNITA, diz que o discurso do Presidente da República não mudou e sem novidades.

"O presidente da República não mudou o seu discurso. Ele não aceita que o mandato dele não foi aquilo que as pessoas esperavam", frisou, salientando que "não teve o resultado que se propôs alcançar pela força do sistema de que faz parte e sempre fez".

Ernesto Mulato assinalou que, no princípio, João Lourenço, mostrou que iria governar de uma outra forma sem priorizar o partido, colocando em primeiro lugar a Nação, mas fez o inverso.

"No princípio começou bem e no fim sucumbiu", referiu o deputado, lamentando que "não obstante a covid-19, o programa de governação do MPLA 2017-22 foi um fracasso".

"Com resultado negativo pois começou a entrar nos aspectos muito negativos e está aí o balanço à vista. Tudo o que se faz agora é defensivo para ver se ainda pode ter a sorte de continuar", adiantou, sublinhando que, nestes cinco anos, a miséria e a pobreza tomaram conta de milhares de angolanos.

"O combate à corrupção foi selectivo. O Pais está à deriva nos domínios da saúde (...) educação, energia elétrica, e sem prespectivas para a juventude, que não sabe o que fazer amanhã", lamentou, salientando que João Lourenço não conseguiu realizar o sonho dos angolanos que queriam ver um País próspero.

"O Presidente da República removeu aquilo tudo. Não gosta de ouvir quem quer que seja, não quer unir o País", referiu.

Em Angola, de acordo com o deputado, "nestes cinco anos, constatou-se que a adjudicação de contratos beneficiou amigos e foi uma forma de esvaziar os cofres do Estado".

"Ele fala da energia eléctrica, nós não termos energia mesmo aqui em Luanda. Agora o caderno de encargo é mais promessas eleitoralistas", assinalou, acrescentando que o País "não é o mesmo dos anos 80, estando agora numa lógica diferente".

"O que ele fez não é diferente daquilo que fez José Eduardo dos Santos. Controlou a imprensa pública, os tribunais. Temos de mudar a página de outra maneira, porque amanhã vai fazer a mesma coisa", disse, lamentando o elevado endividamento do País junto da comunidade internacional.

O presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, disse que o actual Chefe do Estado está a terminar o mandato na mesma realidade do seu antecessor, José Eduardo dos Santos, contrariando a expectativa criada quando foi eleito.

"Eu penso que diante da expectativa que foi criada aquando da sua eleição e nos primeiros dias do seu mandato, onde se apresentou como um verdadeiro reformista, hoje, está a terminar mandato na mesma realidade do seu antecessor", disse Manuel Fernandes.

O político disse que o País ainda vive de compadrios e não se salvou dos esquemas, excluindo oportunidades a milhares de cidadãos angolanos interessados em desenvolver o País.

Segundo o deputado, durante o mandato do actual Presidente da República, criaram-se poucos postos de trabalho, e a maior parte das famílias angolanas encontra na economia informal a principal fonte de rendimento.

Para o político, nestes cinco anos verificou-se a adjucação de obras milionárias mediante concursos não transparentes, principalmente pela inexistência de informação sobre os valores movimentados.

Manuel Fernandes reconheceu o empenho feito pelo Presidente da República, no âmbito da construção dos hospitais de referência para o combate de doenças crónicas.

"Do ponto de vista daquelas doenças que levam à morte de grande parte dos angolanos, infelizmente não se fez nada, quer seja do ponto de vista da saúde preventiva, quer curativa, que é um investimento sério", referiu.

Para o líder da CASA-CE, o Presidente da República não conseguiu estabelecer uma política de subvenção de medicamentos das doenças crónicas e grande parte de angolanos que hoje tem problemas de insuficiência renal, não consegue comprar os fármacos.

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