UNITA diz que a sua contagem dos votos altera os resultados finais divulgados pela CNE
O Presidente da UNITA fez hoje uma declaração pública onde reivindica a vitória eleitoral com 49,5 % dos votos contra 48,2% do MPLA, avançando com números recolhidos na análise das actas síntese na sua posse que revelam enormes discrepâncias".

Adalberto Costa Júnior afirmou que foram retirados à UNITA, em 15 círculos provinciais, pelo menos 347.436 votos e foram somados irregularmente 185.125 ao MPLA.

"A soma (entre os votos subtraídos à UNITA e os somados ao MPLA de forma irregular) dá 533.261 votos, número capaz de produzir alterações nos resultados definitivos divulgados pela CNE com reflexo bastante visível no número de de mandatos nos círculos provinciais e no total nacional", atirou Costa Júnior.

"Existem enormes discrepâncias nos dados da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) reforçadas com base nas actas em posse da UNITA que podem, de facto, produzir alterações nos resultados", disse.

E avisou que as actas síntese em posse dos concorrentes da oposição podem não ser os mesmos usados pela CNE.

"Isto indicia manipulação dolosa dos resultados que só pode ser esclarecidos com a comparação com as actas síntese na posse da CNE e na posse dos concorrentes", acrescentou.

Disse que estes dados consubstanciam a existência de "actos dolosos" e "constituem crimes" que "devem ser alvo de responsabilização criminal aos seus autores" porque "há diferenças enormes e inaceitáveis".

Face a este cenário, o líder do partido do "Galo Negro", que ao longo da sua declaração referiu as discrepâncias observadas pela contagem paralela da UNITA em províncias como Luanda, Kuando Kubanfo, Cabinda, Zaire... propõe que seja constituída uma comissão multidisciplinar integrada pela CNE e pelos partidos concorrentes com observadores nacionais e internacionais.

E aponta para a necessidade de ser feita uma "inspecção judicial em todas actas em posse da CNE e a todas actas em posse dos partidos para confirmar a sua autenticidade".

Defende ainda a "anulação da votação em todas as a mesas onde se tenham observado irregularidades substantivas que adulteram os resultados finais".

Mas, logo no início desta declaração, Costa Júnior disse que "ninguém, nem o Presidente da República nem o partido que governa, têm a legitimidade ou autoridade para subverter a ordem constitucional e a soberania popular".

"Qualquer tentativa de subversão da vontade do povo seja por dia administrativa ou processual seja ainda pela manipulação dolosa pelo titular do poder executivo ou abuso da força, representa um severo golpe contra a construção do Estado Democrática e de Direito e um retrocesso na transição no processo de democratização e um crime de lesa pátria", disse.

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